A Polícia Federal (PF) prendeu no último final de semana Mirelis Zerpa, que foi deportada dos Estados Unidos, onde estava presa desde janeiro de 2024.
Esposa de Gaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, a venezuelana estava na lista vermelha da Interpol no âmbito da Operação Kryptos, deflagrada em agosto de 2021 para desarticular um esquema pirâmide financeira que movimentou R$ 38 bilhões em criptomoedas e lesou cerca de 67 mil investidores, segundo as investigações.
Em nota, a PF informou que a ação “cumpriu mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro” e que ela “foi denunciada e é ré em ação penal pelos crimes de operação sem autorização de instituição financeira, gestão fraudulenta, organização criminosa e lavagem de dinheiro”.
Após os procedimentos de praxe, ela foi encaminhada ao sistema prisional do estado, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Mirelis foi presa em Chicago após ficar dois anos foragida, já a deportação foi resultado de uma colaboração entre a PF, através do Núcleo de Cooperação Internacional da PF no Rio de Janeiro (NCI/Interpol), e os serviços de imigração (U.S Immigrations and Customs Enforcement – ICE) e secreto dos EUA. A ação contou ainda com a colaboração da Diretoria de Cooperação Internacional (Interpol em Brasília).
Antes de desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio, Mirelis passou pelo aeroporto de Fortaleza (CE), onde embarcou em avião da PF, segundo o G1.
Em janeiro deste ano, os advogados de Mirelis conseguiram evitar na Justiça que ela fosse incluída no primeiro grupo de imigrantes considerados ilegais deportados pelo governo de Donald Trump.
Mirelis e Glaidson estava desde 2014 à frente da empresa GAS Consultoria, que rendimentos de 10% ao mês mediante investimentos em criptomoedas. O esquema de pirâmide financeira baseado em investimentos em criptomoedas foi desvendado e desarticulado pela Operação Kryptos, deflagrada em agosto de 2021 em uma parceria da PF com o Ministério Público Federal (MPF).
Glaidson foi preso em 25 de agosto daquele ano em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Na ocasião, foram encontrados aproximadamente R$ 150 milhões em uma carteira de criptomoedas, configurando a maior apreensão de ativos digitais da história do Brasil. O relatório final da operação registra que, na ocasião, um dos alvos da Polícia Federal carregava no bolso "uma espécie de pen drive cheio de criptomoedas."
Em outubro daquele ano, Glaidson, Mirelis e outros 15 acusados de envolvimento com o esquema se tornaram réus, sob a acusação de crimes de gestão de organização financeira sem autorização, gestão fraudulenta e organização criminosa.
Glaidson está preso no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, já a GAS Consultoria, com R$ 3,8 bilhões em dívidas, teve sua falência decretada em maio deste ano pela Justiça, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.