O mercado de criptomoedas operava a um market cap de US$ 3,11 trilhões (-0,7%) na manhã desta segunda-feira (23). Na ocasião, o Bitcoin (BTC) girava em torno de US$ 101,5 mil (-1%) com recuo semanal de 5,3%, dominância de mercado elevada a 64,9%, sentimento de medo dos investidores (37%) e a maioria das principais altcoins no vermelho.

O fluxo de saída de capital líquido do mercado de criptomoedas antecipava possíveis novas quedas no mercado acionário, que já se encontravam sob pressão no encerramento de sexta-feira (20). Na ocasião, o S&P 500 e o Nasdaq, historicamente correlacionados ao desempenho do BTC, recuaram a respectivos 5.967,84 (-0,22%) e 19.447,41 pontos (-0,51%).

A baixa dos índices se relacionava ao receio dos investidores a ameaças feitas dias antes pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de atacar instalações nucleares do Irã, em especial a base subterrânea de Fordow. O que se concretizou na madrugada de sexta para sábado, através da operação batizada de “Martelo da Meia-Noite”, com o uso de bombardeiros B-2.

Depois da investida estadunidense, o Bitcoin chegou a perder o suporte de US$ 98,5 mil, já que o agravamento do conflito se refletiu na alta de futuros de petróleo e risco de escalada da inflação, cenário desfavorável a mercados como o de criptomoedas, pela associação ao risco. Segundo a Press TV do Irã, o Conselho Supremo de Segurança Nacional teria obtido aprovação do parlamento daquele país para fechamento do Estreito de Ormuz, responsável pelo escoamento de 20% da demanda global de petróleo e gás.

Os desdobramentos recentes da guerra no Oriente Médio elevaram a US$ 626,5 milhões (-12%) a liquidação de traders de criptomoedas, dos quais US$ 474 milhões eram de posições compradas (long), portanto com vantagem para os ursos. Esse movimento interrompeu um possível rali do BTC a partir da pouca alavancagem e pânico das sardinhas. No mercado de Futuros de criptomoedas, o Interesse Aberto caminha de lado em US$ 131,8 bilhões e o volume de negociações avançava a US$ 325,6 bilhões (+24,5%), segundo o monitoramento da Coinglass.

O Volatility Index (VIX), “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se a 21,19 pontos (+4,4%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin avançaram em líquidos US$ 6,37 milhões na última sexta-feira, quando os ETFs de Ethereum (ETH) registraram 11,34 milhões em saídas líquidas. Apesar disso, as tesourarias de Bitcoin acumulavam US$ 172 milhões em entradas líquidas semanais no momento desta edição, segundo dados da plataforma SoSoValue.

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado de altcoins, encontrava-se recuado de 23 para 14 pontos em sinal de saída de liquidez dos principais tokens. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o AERO recuava a US$ 0,75 (-5%), o MNT retornava a US$ 0,58 (-4,3%), o FIL era trocado por US$ 2,08 (-3,9%), o IP avançava a US$ 3,04 (+9,2%), o S alcançava US$ 0,28 (+8,1%), o SPX era trocado por US$ 1,6 (+7,3%) e o KAIA orbitava US$ 0,18 (+6,5%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o FORM era transacionado por US$ 2,56 (+10,3%), o MOVE chegava a US$ 0,14 (+20,7%), o FUN atingia US$ 0,011 (+57%) com acumulado semanal de 233%, o KTA era negociado por US$ 0,60 (+21,5%), o XPR estava precificado em US$ 0,0034 (+23,4%), o ANON valia US$ 4,04 (+14,4%), o LABURU era trocado de mãos por US$ 0,032 (+15%) e o HASHAI valia US$ 0,00037 (+29,1%).

Entre as novas listagens estavam DMC e INFOFI na Kucoin, BONKERS na Bitrue, BRIC na Phemex, LBank, Gate.io, Bitget, MEXC, GOR naHuobi, DMC na Kraken, DATA na BitMart, KOBUSHI na AscendEX e NURA na Poloniex.

Na semana anterior, as criptomoedas tentavam reagir enquanto o Bitcoin lutava por US$ 105 mil após o Fed manter taxa de juros nos EUA, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.