O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta segunda-feira, 23/06/2025, está cotado em R$ 563.874,15. Touros e ursos vivem uma grande batalha com as incertezas no conflito entre Irã e Israel e a entrada dos EUA na guerra.

Com isso, o BTC chegou a cair para US$ 99 mil e rapidamente voltou para US$ 101 mil, mas ainda sem decisão certa dado que novos países começam a entrar no conflito, como o Iêmen, que anunciou hoje que vai entrar na guerra a favor do Irã.

Bitcoin análise macroeconômica

André Franco, CEO da Boost Research, aponta que os mercados globais recuaram diante da intensificação das tensões no Oriente Médio após os EUA atacarem instalações nucleares do Irã, elevando a aversão ao risco.

O petróleo atingiu máximas de cinco meses, enquanto o dólar se fortaleceu como porto seguro e as bolsas operaram com cautela aguardando uma possível resposta iraniana. O Bitcoin caiu cerca de 4,1%, sendo negociado próximo de US$ 101.000, pressionado pela migração de capital para ativos tradicionais de proteção e pela busca por liquidez imediata em meio ao aumento da incerteza geopolítica.

“A tendência de curto prazo para o Bitcoin é claramente negativo. A intensificação das tensões geopolíticas elevou a aversão ao risco nos mercados, gerando uma forte migração de capital para ativos tradicionais de refúgio, como dólar e Treasuries, o que tem afetado diretamente o Bitcoin”, afirmou.

Valentin Fournier, analista-chefe da BRN, também aponta que o aumento das tensões entre Estados Unidos, Irã e Israel, somado à desaceleração dos ETFs e à falta de gatilhos positivos, provocou uma correção forte no mercado durante o fim de semana.

Segundo ele, as altcoins foram as mais penalizadas, com quedas de dois dígitos, enquanto o Bitcoin mostrou “resiliência relativa diante do aumento das incertezas”, segundo o analista da BRN. Apesar da turbulência, Fournier mantém uma visão otimista para o médio e longo prazo.

“A entrada de entes públicos como o Texas e de empresas como a MetaPlanet solidifica o Bitcoin como um ativo estratégico. Isso prepara o terreno para uma recuperação assim que as incertezas geopolíticas diminuírem”, destacou.

A estratégia recomendada pelo analista é a seguinte:

  • 10% em caixa, para garantir flexibilidade em meio aos riscos macroeconômicos.

  • 75% em Bitcoin, sustentado pela demanda pública e corporativa.

  • 5% em Ethereum, com redução após perda momentânea de apoio institucional.

  • 10% em Solana, como aposta de alta volatilidade, com forte potencial de recuperação.

“Continuamos construtivos com o Bitcoin e acreditamos que a Solana pode surpreender na retomada. Já o Ethereum pode demorar um pouco mais para reagir”, concluiu Fournier.

Bitcoin análise técnica

Mark Ermolaev, analista e fundador da OutsetPR, destaca que diante das perspectivas da intensificação do conflito no Oriente Médio, o primeiro cenário seria uma ligeira recuperação do preço em direção ao nível da MME de 50 dias, em US$ 102.968, e ao perfil de volume POC (Ponto de Controle) em US$ 103.800, o nível de preço com o maior volume negociado desde o início de abril. Esses níveis, entre US$ 102.968 e US$ 103.800, formariam uma zona de resistência fundamental.

No segundo caso, segundo ele, o gráfico de 4 horas dos futuros de BTC na CME (Bolsa Mercantil de Chicago) também mostra uma diferença entre US$ 101.705 e US$ 103.365. Os movimentos do BTC no fim de semana causam essa diferença de preço. Historicamente, o mercado tende a preencher essas diferenças antes de retomar sua tendência atual. Nesse caso, o BTC poderia se recuperar em direção à sua diferença na CME, que coincide aproximadamente com os níveis mencionados acima, antes de retomar sua tendência de queda.

“Se o BTC enfrentar rejeição desses níveis, ele poderá estender o declínio em direção à mínima de domingo de US$ 98.200. O Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário marca 39, acima de sua condição de sobrevenda, e aponta para cima, em direção ao seu nível neutro de 50, indicando alguns sinais de recuperação. No entanto, se o RSI continuar a cair, o BTC poderá sofrer uma correção acentuada”, disse.

Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, aponta que o mercado de derivativos em Bitcoin mostra uma forte predominância de opções de compra (Calls), indicando que os investidores seguem otimistas com o preço da maior criptomoeda do mercado.

A análise mais recente aponta que o Max Pain Price — preço que gera maior prejuízo na expiração — caiu de US$ 106 mil para US$ 100 mil, refletindo um movimento de ajuste das posições para níveis ligeiramente mais baixos.

“A mudança no Max Pain revela um realinhamento dos interesses, mas o cenário ainda permanece construtivo para o Bitcoin”, avaliou Paulo Aragão, analista e especialista em criptoativos, em nota.

As opções de compra estão concentradas acima da faixa de US$ 100 mil, com destaque para os strikes entre US$ 110 mil e US$ 145 mil, onde os volumes cresceram de forma consistente na última semana.

“Isso sinaliza que os traders estão buscando proteção para altas mais expressivas, o que reforça a expectativa de continuidade no movimento de valorização”, explicou Aragão.

Por outro lado, as opções de venda (Puts) mostram concentração de proteção em níveis bem abaixo do preço atual. A maior parte dos contratos se encontra entre US$ 30 mil e US$ 55 mil, mas esses volumes estão praticamente estáveis, enquanto a faixa entre US$ 60 mil e US$ 80 mil apresentou leve recuo.

Cenários possíveis para o BTC

O comportamento do mercado aponta dois cenários principais para o preço do Bitcoin nos próximos dias, até a expiração das opções em 27 de junho de 2025.

  • Cenário otimista:Se o BTC permanecer acima dos US$ 100 mil, o mercado deve mirar os próximos alvos em US$ 105 mil e US$ 108 mil, com suporte no aumento das Calls em níveis elevados.

  • Cenário de risco:Se perder o patamar dos US$ 100 mil e as opções de venda na faixa de US$ 95 mil a US$ 98 mil ganharem volume, o preço pode recuar para níveis abaixo de US$ 95 mil, região onde está concentrada a maior proteção dos vendidos.

“O mercado ainda favorece claramente o lado comprador, mas qualquer rompimento abaixo dos US$ 100 mil pode acelerar uma correção mais forte”, alertou Paulo Aragão.

Guilherme Prado, country manager da Bitget, também destacou que além do cenário externo, investidores estão atentos ao vencimento de opções de BTC em 27 de junho, o que tem contribuído para uma maior volatilidade e disputa intensa entre compradores e vendedores.

Do ponto de vista técnico, segundo ele, o Bitcoin enfrenta forte resistência entre US$ 105 mil e US$ 106 mil. Um rompimento claro e fechamento acima de US$ 105.200 pode abrir caminho para novas altas, mirando os níveis de US$ 106.400 e US$ 108.000. Por outro lado, se a pressão vendedora persistir, o ativo pode testar suportes em US$ 100.000 e até a região de US$ 95.700.

Apesar do ambiente desafiador no curto prazo, o fluxo positivo de 10% nos ETFs de Bitcoin sinaliza que parte do mercado institucional ainda vê valor no ativo como proteção e oportunidade de longo prazo”, disse.

Portanto, o preço do Bitcoin em 23 de junho de 2025 é de R$ 563.874,15. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0017 BTC e R$ 1 compram 0,0000017 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 23 de junho de 2025, são: Sonic (S), Story (IP) e Kaya (KAYA) com altas de 14%, 11% e 10% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 23 de junho de 2025, são: Mantle (MNT), Filecoin (FIL) e Uniswap (UNI), com quedas de -5%, -3% e -2% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão