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Walter BarrosWalter Barros

Marco regulatório das criptomoedas no Brasil deve tirar pontos polêmicos para ser aprovado

Partes polêmicas previam monitoramento mais rigoroso das criptomoedas dos investidores nas plataformas.

Marco regulatório das criptomoedas no Brasil deve tirar pontos polêmicos para ser aprovado
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O Projeto de Lei (PL) que prevê a regulamentação dos “ativos virtuais” no Brasil (4401/2021) poderá avançar em relação à sua votação na Câmara do Deputados com a possível retirada de pontos polêmicos que haviam sido aprovados no final de abril pela Casa Revisora, o Senado Federal, que estabelecia regras consideradas mais duras em relação ao monitoramento do patrimônio dos usuários das plataformas.

Um deles separava o patrimônio dos usuários do patrimônio das exchanges de criptomoedas, a chamada segregação patrimonial, que seria uma forma de monitorar mais ostensivamente as criptomoedas contra a lavagem de dinheiro e outras fraudes. Outro ponto que deverá ser suprimido obrigava as empresas a informarem negociações acima de R$ 10 mil ao Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).

Defendida pelo Banco Central (Bacen; BC) e por exchanges brasileiras, a segregação patrimonial era considerada uma forma de combate a exchanges que “operam no escuro” e colaboram para a lavagem de dinheiro. Mas, para o relator do projeto, deputado federal Expedito Netto (PSD-RO), a segregação patrimonial poderia deixar a propositura mais engessada tecnicamente. 

O argumento do parlamentar vai de encontro a colocações de algumas exchanges globais de que as exchanges não são donas dos patrimônios negociados e sim intermediadoras das negociações. Apesar disso, recentemente uma decisão judicial bloqueou R$ 450 milhões da fintech Capitual, que prestava os serviços de saques e depósitos da Binance no Brasil, medida que indisponibilizou dinheiro de clientes da maior exchange de criptomoedas do mundo.

Apesar de ter deixado de fora a obrigatoriedade de monitoramento de transações acima de R$ 10 mil via Coaf, a medida ainda poderá ser abarcada pelo Bacen, caso a proposta seja aprovada e a instituição seja confirmada como órgão delegado pelo governo federal para a regulação do setor de criptomoedas no país. Por enquanto, caso não sofra novas modificações, o texto deverá ser apreciado prevendo somente a informações de transações acima de R$ 35 mil que, neste caso, representaria ganho de capital. 

O projeto, de autoria de deputado federal Aureo Lidio (Solidariedade/RJ), que stava pautado nas últimas sessões sem ser apreciado “em face do encerramento das sessões”, segundo o que informa o portal da Casa Legislativa, também não constava na pauta da sessão extraordinária da próxima terça-feira (12), o que é visto como um sinal de que a matéria deverá retornar ao plenário com as modificações apresentadas pelo relator, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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