As novas máximas históricas do Bitcoin (BTC) e a valorização do dólar frente ao real fizeram com que os futuros de BTC da B3 atingissem um recorde de R$ 10 bilhões em volume negociado na quinta-feira, 7 de novembro.
Ao todo, 232,2 milhões de contratos foram negociados um dia após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, conforme noticiado pela Folha de São Paulo.
A disputa pela liderança na Casa Branca já vinha contribuindo para impulsionar os mercados futuros de Bitcoin da B3, uma vez que o recorde anterior fora registrado em 29 de outubro, com a negociação de 196 mil contratos.
Naquela ocasião, a cotação do dólar no Brasil alcançou seu maior valor em três anos, contribuindo para que o Bitcoin superasse a marca de R$ 400.000 pela primeira vez em sua história.
A variação cambial tem um peso significativo nos mercados futuros de Bitcoin da B3 porque os contratos estão atrelados à cotação da criptomoeda em dólares.
Criptomoedas na B3
O novo recorde confirma que produtos de investimento baseados em criptomoedas têm atraído cada vez mais a atenção dos investidores brasileiros do mercado financeiro tradicional.
Os futuros de Bitcoin da B3 estão entre os dez principais produtos desse segmento do mercado de derivativos em volume de contratos negociados diariamente.
A listagem de contratos futuros de Bitcoin na B3 ocorreu em abril deste ano. Apesar das dificuldades iniciais impostas pela falta de liquidez em um mercado nascente, o produto movimentou uma média de R$ 510 milhões por dia, somando um total de R$ 10 bilhões no primeiro mês de negociação – exatamente o mesmo valor registrado em um único dia na última quinta-feira.
Como se trata de um produto novo, a B3 ainda não conseguiu traçar um perfil dos investidores de futuros de Bitcoin, exceto pela percepção de que em geral os primeiros adeptos têm sido os day traders.
Nos mercados futuros, o investidor compromete-se a comprar ou vender um ativo específico em uma data futura a um preço acordado previamente.
Os contratos podem ser utilizados tanto como um instrumento de proteção contra futuras oscilações de preço de um determinado ativo – uma moeda, uma ação, uma commodity ou a taxa de juros, por exemplo – quanto em estratégias de investimento especulativas.
Para negociar os futuros de Bitcoin na B3, investidores de varejo precisam depositar uma margem mínima de R$ 100 por contrato em uma corretora credenciada. Não há a necessidade de operar em dólares, como em exchanges de criptomoedas.
Os investidores que mantiverem posições nos contratos, ou seja, que não zerarem suas posições até o final do pregão, deverão depositar em suas contas o equivalente a 50% do valor do contrato. O chamado depósito de margem assegura que ambas as partes da operação cumpram suas obrigações pré-estabelecidas.
O sucesso inicial do produto reafirma a popularidade crescente das criptomoedas entre os investidores da B3. Além dos futuros de Bitcoin, há 13 ETFs de criptomoedas em negociação na B3 atualmente.
Em agosto, Felipe Gonçalves, superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3, revelou que o volume diário de negociação dos ETFs de criptomoedas da B3 gira em torno de R$ 50 milhões, com picos de mais de R$ 200 milhões em um único dia.
Gonçalves afirmou também que a adesão dos investidores aos ETFs de criptomoedas contribuiu para o crescimento do mercado de futuros de Bitcoin na B3.
ETF de criptomoedas de maior sucesso entre os investidores brasileiros, o Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11) acumula R$ 3,18 bilhões em patrimônio líquido e está entre os cinco maiores ETFs da B3 em volume negociado, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil.