A B3 anunciou nesta terça-feira, 27, durante um evento na BlackRock, que vai lançar contratos futuros de Ethereum em 2025. A informação foi divulgada por Felipe Gonçalves, superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3 e ocorre após o lançamento de Futuros de Bitcoin pela bolsa, que, segundo avaliação, foi um grande sucesso.
"Estamos também estudando a possibilidade de lançar um contrato futuro de Ethereum. Embora ainda esteja em fase de análise e sem uma data definida para o lançamento, é algo que estamos observando com bastante atenção e esperamos anunciar mais detalhes em breve, provavelmente em 2025. Reforço que a complementaridade desses produtos é fundamental, pois aumenta a viabilidade e atratividade do mercado quando há uma variedade de opções vinculadas ao ativo", disse.
Segundo Gonçalves, atualmente o mercado de cripto na B3 possui um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 5,5 bilhões e mais de 180 mil investidores, com um volume diário de negociações em torno de R$ 50 milhões.
"Em alguns dias, já alcançamos mais de R$ 200 milhões negociados, o que demonstra o grande interesse do mercado por esse tipo de produto", disse.
Gonçalves destacou que atualmente, há 14 ETFs cripto no Brasil, sendo um deles via BDR (BlackRock) e que eles estão frequentemente entre os 10 mais negociados no Brasil.
"Hoje, o volume diário de negociação nesses ETFs está em torno de 50 milhões, com um pico de mais de 200 milhões em um único dia. O patrimônio líquido (PL) dos ETFs supera 5 bilhões, com mais de 180 mil investidores em todos os tipos", revelou Gonçalves.
Ainda segundo ele, olhando para quem mais utiliza esses produtos, há investidores pessoa física, estrangeiros e institucionais, sendo que as pessoas físicas e os estrangeiros ainda representam a maior parte das negociações, mas os investidores institucionais, segundo ele, já soma um terço do PL de 5 bilhões.
"Outro ponto positivo é o impacto dos ETFs em outros ativos. Na B3, temos ETFs de renda variável, renda fixa e commodities. Quando um produto vai bem, ele acaba chamando a atenção para outros também. Recentemente, lançamos o contrato futuro de Bitcoin, que tem sido um dos produtos de crescimento mais rápido na B3, mostrando o potencial desse mercado", afirmou.
Brasil é pioneiro
O head de produtos da B3, apontou que o lançamento dos ETFs no Brasil foi um grande trabalho no qual houve uma coordenação muito positiva entre os participantes do mercado, a B3 e os reguladores.
“Existe um interesse cada vez maior pelo mercado de cripto por parte de investidores de todo o mundo e no Brasil não é diferente. A B3 está atenta às demandas dos investidores e comprometida em oferecer produtos dos mais simples aos mais sofisticados, com segurança e credibilidade”, disse Gonçalves.
Além desse esforço para viabilizar os ETFs, segundo Gonçalves, houve duas outras considerações importantes nesses lançamentos. Primeiro, a questão operacional interna da B3, implementando mecanismos de proteção de preço, para proteger os investidores e o desenvolvimento do modelo de integração, negociação e liquidez
"Foi fundamental que as corretoras estivessem preparadas e que tivéssemos formadores de mercado desde o início para garantir preços. Aspectos como o empréstimo de ativos, importante para a liquidez, também foram considerados. Tudo isso resultou em um produto que, em pouco tempo, já começou a apresentar volumes bastante significativos", apontou.