O mercado de criptomoedas encontra-se em uma fase de consolidação após um período de alta expressiva que se estendeu de agosto do ano passado até janeiro de 2025, gerando incertezas sobre a possibilidade de retomada da tendência de alta.

Em um boletim diário de análise de mercado, o analista Orlando Telles, do On Crypto Pro, reconheceu a possibilidade de que o ciclo de alta pode ter chegado ao fim:

“O Bitcoin e o mercado cripto como um todo perderam o momentum de alta, de modo que a maioria dos indicadores técnicos tende a mostrar o fim do ciclo de alta. Algo que foi assertivo em janeiro de 2018 e dezembro de 2021.”

Um dos indicadores que está sinalizando o fim do ciclo de alta, destacou Telles, é o AVIV, um indicador que rastreia o fluxo de entrada de capital no Bitcoin (BTC) em comparação com a  valorização do preço do ativo. Quando a valorização supera significativamente a entrada de capital no mercado, o AVIV sinaliza o enfraquecimento da tendência de alta do Bitcoin.

Neste momento, o AVIV sinaliza que o mercado de criptomoedas pode estar entrando em um ciclo de baixa prolongado, com duração de 140 a 300 dias, ou sinalizando o fundo local da recente correção. A resposta definitiva depende da reação do mercado no curto prazo, disse o analista:

“Quando analisamos os dados on-chain, a diferença entre um fundo local e o início de um mercado de baixa prolongado está na velocidade de recuperação do mercado.”

Telles projeta que o ponto de inflexão do mercado deve ocorrer em 2 de abril, data em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu implementar a política de tarifas recíprocas aos seus parceiros comerciais.

No entanto, a possibilidade de que os Estados Unidos e a China cheguem a um acordo antes da implementação das tarifas seria extremamente favorável aos mercados financeiros, pondera o analista.

Um desfecho positivo na guerra comercial deve influenciar a política monetária do Banco Central dos EUA, favorecendo a retomada dos cortes nas taxas de juros. Telles projeta que a primeira redução possa ocorrer na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) em 18 de junho. Caso isso se confirme, haveria uma nova injeção de liquidez no mercado.

Diante do cenário macroeconômico, Telles estima que há apenas de 20% a 30% de chance de que um novo inverno cripto tenha começado e apresenta alguns dados para justificar seu otimismo.
  
Em primeiro lugar, o Bitcoin superou a resistência na faixa dos US$ 85.000 – até então a principal barreira para reversão da tendência de baixa. Após uma sequência de influxos negativos, os ETFs de Bitcoin dos EUA voltaram a registrar saldo positivo na semana passada. 

A fuga de capital dos ETFs demonstra a resiliência do Bitcoin em face de uma pressão de venda diária de cerca de 300 milhões de dólares – um “feito notável", segundo Telles.

Uma eventual recuperação do Bitcoin teria efeito sobre altcoins selecionadas que sofreram desvalorizações significativas na recente correção. Em uma análise no YouTube, Telles apontou ativos com potencial para se destacar em uma potencial altseason.

Hyperliquid: ecossistema em ascensão

A Hyperliquid (HYPE) se destaca por manter um volume crescente de transações, atrair e reter clientes, e gerar receitas significativas, superando concorrentes como Pancake Swap e Júpiter no mercado de exchanges descentralizadas (DEX), mesmo em períodos de baixa.

Telles considera a implementação de modelos de staking que oferecem descontos em taxas e recompensas uma estratégia inteligente para aumentar a utilidade do token e incentivar a participação dos usuários. Além disso, o desempenho do HYPE deve ser potencializado pelo fato de que não haverá desbloqueios de tokens até dezembro de 2025, reduzindo a pressão vendedora no curto e médio prazo.

A estratégia da Hyperliquid de criar sua própria rede para não se limitar a ser apenas uma exchange de derivativos, adicionando mais utilidades ao token HYPE em conjunto com a política de recompra de tokens com a receita gerada pelo protocolo, torna o projeto atraente para os investidores, afirmou Telles:

"Talvez, hoje, Hyperliquid é um dos projetos nos quais eu mais estaria apostando. Eu vejo que o projeto pode alcançar um mercado relevante se eles conseguirem se consolidar entre as DEX de perpétuos. Se eles conseguirem desenvolver outras estruturas mais amplas, aí existe a possibilidade de o projeto realmente valer muitos bilhões de dólares."

Fluid: DEX com indicadores robustos

A Fluid (FLUID), um projeto inovador no mercado DeFi (finanças descentralizadas), mostrou resiliência durante a correção recente e apresenta um indicador robusto de volume negociado em relação ao TVL (valor total bloqueado).

Segundo o analista, a plataforma tem demonstrado capacidade de crescimento e ampliado sua relevância entre os usuários de DeFi, mesmo sob condições desfavoráveis de mercado.

Para quem busca um ativo com fundamentos robustos em uma carteira de altcoins com menor risco, a Fluid é uma alternativa interessante. O analista destacou que as métricas saudáveis da Fluid tendem a ser um diferencial em uma eventual retomada da tendência de alta:

"Quando eu olho para um contexto de recuperação mais ampla do mercado, a minha tendência é olhar para quem está mais saudável, para quem está mais estruturado, porque para mim são os tokens desses projetos que vão se recuperar mais rápido."

Pendle: posicionamento estratégico no mercado

Apesar da queda de 60% em relação às suas máximas históricas, a Pendle (PENDLE) mantém sua relevância no mercado devido à sua capacidade de se posicionar estrategicamente nas principais narrativas e dinâmicas do mercado.

Telles destaca que a Pendle se tornou uma plataforma para usuários que desejam potencializar recompensas em novos airdrops e obter exposição a projetos promissores.

Anteriormente, a Pendle se beneficiou da ascensão das plataformas de restaking e de DeFi no Bitcoin (BTCFi). Atualmente, tem atraído liquidez e novos usuários com o airdrop da Sonic. O lançamento de novas blockchains de camada 1 e 2 apresentam novas oportunidades de crescimento para o protocolo, afirmou Telles:

“Vale destacar que estamos no início de uma nova era de redes de camada 1 e 2 alternativas que vão gerar hype no mercado. Já houve o lançamento da Berachain, e teremos Monad e MegaETH, que liberou sua rede de testes recentemente. A Pendle tende a capturar uma fatia dessas novidades, o que me agrada bastante e me faz considerar que há uma boa oportunidade de posicionamento no ativo nesse momento.”

Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, alguns dados sugerem que a altseason já está em andamento

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.