O Bitcoin consolidou uma vela vermelha de -4,2% no fechamento da primeira semana de outubro, quebrando a sequência de três velas verdes consecutivas registradas em setembro. Um mau começo para o "Uptober", motivado pela ofensiva do Iraque contra Israel na terça-feira, 1º de outubro.
Nesta segunda-feira, 7 de outubro, o preço do Bitcoin (BTC) está lutando para superar a resistência em US$ 64.000 e retomar a tendência de alta em uma semana cujos principais catalisadores seguem sendo a macroeconomia e a geopolítica.
O presidente do Banco Central dos EUA (Fed), Jerome Powell, tem uma entrevista coletiva agendada para quarta-feira, 9 de outubro, mas, dadas as suas declarações recentes, há pouca margem para novidades. O foco do mercado estará concentrado na quinta-feira, 10 de outubro, quando serão divulgados os dados da inflação dos EUA em setembro.
O mercado espera um aumento de 0,1% no Índice de Preços ao Consumidor dos EUA (CPI) e sempre é possível que haja picos de volatilidade em torno do evento. No entanto, independentemente dos dados de inflação, o mercado está precificando um corte de juros de 0,25% na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que ocorrerá na mesma semana das eleições presidenciais nos EUA.
De acordo com dados da FedWatch Tool, há 83,5% de chances de uma redução de 25 pontos base, contra 16,5% de uma redução de 50 pontos base. Há uma semana, as chances eram de 65,3% e 34,7%, respectivamente.
Enquanto isso, a situação no Oriente Médio segue instável. Um ano depois do ataque do Hamas a Israel que desencadeou o conflito na região, a escalada de violência vem se acelerando sob o risco de tomar proporções globais.
Em um horizonte mais amplo, o principal catalisador para o mercado de criptomoedas tende a ser as eleições presidenciais dos EUA em 5 de novembro. Donald Trump está liderando a corrida no mercado preditivo Polymarket, com 52,6% de chances de vitória contra 46,8% de Kamala Harris.
O ex-presidente ampliou a sua vantagem sobre a rival após um comício que contou com a participação de Elon Musk em Butler, na Pensilvânia, local em que Trump foi alvo de um atentado a tiros em julho.
Apesar de uma manifestação favorável de Harris à indústria de criptomoedas nos EUA, uma vitória de Trump tende a ser mais benéfica para o Bitcoin no curto prazo.
Análise de preço do Bitcoin
Em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, a equipe de analistas da Crypto Investidor antecipou a correção do preço do Bitcoin para US$ 60.000 na semana passada, e agora acredita que a maior criptomoeda do mercado está ativada para renovar suas máximas históricas ainda em outubro.
"O Bitcoin pode ter finalizado sua correção de onda 2 na região dos US$ 60.000 na primeira semana de outubro e, neste momento, está dando início a uma onda 3 de alta que pode se estender pelas próximas duas semanas", afirmou Arthur Driessen.
Segundo o analista, a confirmação do "Uptober" depende do rompimento de uma resistência que está em vigor desde agosto:
"O rompimento dos US$ 66.400 confirmará esse movimento, impulsionando o preço do Bitcoin rumo a alvos entre US$ 80.000 e US$ 88.000, trajetória projetada nas ondas de Elliott em azul destacadas no gráfico abaixo."
Gráfico diário anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor
Driessen afirmara anteriormente que a correção em 17 de setembro teria oferecido aos traders a última oportunidade de compra de Bitcoin abaixo dos US$ 60.000. Outra previsão que até agora está se confirmando.
A probabilidade de um retorno às mínimas abaixo desse nível são cada vez menos prováveis, segundo o analista, embora ainda não possam ser totalmente descartadas.
"Existe um cenário menos provável, no qual estaríamos dentro de um ABC de correção, podendo finalizar a onda C na região de US$ 58.000", ponderou o analista, sinalizando as ondas ABC em vermelho no gráfico abaixo.
Gráfico diário anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor
Ainda que haja uma quebra do suporte em US$ 60.000, uma eventual correção tende a ser de curta duração, precedendo o início da onda 3 de alta cujo alvo é US$ 85.000", concluiu o analista da Crypto Investidor.
Apesar da volatilidade no curto prazo, o Bitcoin costuma reagir positivamente a eventos geopolíticos e macroeconômicos extremos, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.
Um relatório publicado pela BlackRock em setembro revelou que o desempenho do Bitcoin superou o do ouro e do S&P 500 nos 60 dias seguintes à invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, e ao assassinato do general iraniano iraniano Qassem Soleimani em uma ação ordenada pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, em 2022.