A poucos minutos do fechamento mensal, o Bitcoin (BTC) acumula ganhos de 7,9% em setembro. Caso se mantenha no patamar atual, o preço do BTC consolidará o melhor mês de setembro desde 2013, posicionando-a para buscar novas máximas históricas no último trimestre de 2024, acreditam analistas.

O otimismo também pode ser justificado devido ao fechamento semanal no domingo, 29 de setembro. Com uma vela verde de US$ 65.602 e ganhos de 3,1%, o preço do Bitcoin confirmou a primeira máxima mais alta em seis meses, como assinalou o analista Matthew Hyland em uma postagem no X.

Em geral, esse movimento sinaliza uma reversão de tendência, destacou Hyland, potencializando a retomada do mercado de alta das criptomoedas no quarto trimestre. 

Por sua vez, o analista de dados on-chain Ali Martinez afirmou em uma postagem no X que "historicamente, quando o Bitcoin fecha setembro no verde, os últimos três meses do ano registram ganhos ainda maiores", conforme o quadro abaixo.

Retornos mensais do Bitcoin. Fonte: Ali Martinez (X)

Além disso, o fechamento de domingo foi a primeira vez desde fevereiro que o Bitcoin consolidou três velas verdes consecutivas. Com isso, acumulou ganhos de mais de 23% desde as mínimas de US$ 52.500 registradas em 6 de setembro.

A alta contraintuitiva do preço do Bitcoin em setembro, historicamente um mês de prejuízos recorrentes para a maior criptomoeda do mercado, foi impulsionada por aportes que totalizaram mais de US$ 1 bilhão em produtos de investimento em Bitcoin nos últimos sete dias, de acordo com dados atualizados da CoinShares.

Risco de recessão ainda assombra EUA e China

No cenário macroeconômico, a adoção de políticas globais de flexibilização monetária foi suficiente para estimular o apetite por risco nos mercados financeiros, mesmo que uma recessão nas duas principais economias do mundo ainda não possa ser descartada. 

Em 18 de setembro o Banco Central dos EUA (Fed) promoveu um corte de 0,5% nas taxas de juros – o primeiro em quatro anos. Na semana passada, a China anunciou um pacote de estímulos em uma tentativa de reaquecer a economia doméstica.

A macroeconomia estará em destaque novamente nesta semana, podendo desencadear surtos de volatilidade no mercado. Nesta tarde desta segunda-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, fez um discurso na Associação Nacional de Economia Empresarial que não teve impactos decisivos sobre a ação de preço do Bitcoin horas antes do fechamento mensal.

No restante da semana, uma série de dados sobre o mercado de trabalho nos EUA serão divulgados, oferecendo novas pistas sobre o estado da economia americana. Os dados de empregos no setor privado e a taxa de desemprego no mês de setembro estarão no centro das atenções.

Análise de preço do Bitcoin

Apesar do desempenho acima das expectativas em setembro, o Bitcoin abriu a semana em baixa de 3,4% nas últimas 24 horas. Na noite desta segunda-feira, 30 de setembro, era negociado a US$ 63.600, de acordo com dados da CoinGecko.

A correção após os ganhos acumulados ao longo de setembro não traz grandes motivos para preocupação, segundo Diego Consimo, analista e fundador da Crypto Investidor:

"O Bitcoin deve buscar alvos entre US$ 85.000 e US$ 100.000 em outubro, também conhecido como 'Uptober' no universo das criptomoedas."

Consimo afirma que a queda iniciada após o fechamento semanal configura um "movimento corretivo de curto prazo." Os traders podem esperar um teste do suporte em torno de US$ 60.000 com o aumento da volatilidade em torno da divulgação dos dados macroeconômicos dos EUA. 

No entanto, os touros estão bem posicionados para segurar a pressão vendedora e impulsionar o preço do Bitcoin rumo a novas máximas históricas, conforme demonstra Consimo nas projeções delineadas no gráfico abaixo.

Gráfico diário anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor

Em 17 de setembro, Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor, havia sugerido que a correção do preço do Bitcoin até US$ 57.600 proporcionara aos traders a última oportunidade de compra de BTC abaixo de US$ 60.000.

Até agora, a afirmação permanece válida. Segundo Consimo, somente se a economia dos EUA demonstrar sinais de fraqueza acima das expectativas do mercado uma nova oportunidade de compra na região dos US$ 50.000 surgirá:

"Caso tenhamos um despejo significativo, a principal e mais forte região de suporte após os US$ 60.000 se encontra entre US$ 52.000 e US$ 52.000, oferecendo assim uma janela de oportunidade para os traders que ainda não se posicionaram."

"Acredito que a primeira zona de suporte em torno de US$ 60.000 tem grandes chances de ser testada", afirmou Consimo. "No caso da segunda, a probabilidade é bem menor."

Recentemente, o Cointelegraph Brasil noticiou a formação de uma divergência de baixa entre o preço do Bitcoin e o Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico de 4 horas do preço do Bitcoin, sinalizando uma potencial desaceleração do impulso de alta nos primeiros dias de outubro.

Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Cada movimento de investimento e negociação envolve risco, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.