O Transfero Group, emissor do BRZ, a maior stablecoin atrelada ao real, anunciou nesta segunda-feira, 9 de dezembro, a aquisição da Fuse Capital, uma gestora especializada em inovação tecnológica e blockchain

O objetivo da fusão é impulsionar a criação de produtos financeiros inovadores que conectem usuários globais ao ecossistema de finanças digitais brasileiro, em preparação para o lançamento do Drex, a moeda digital do Banco Central (CBDC), atualmente em desenvolvimento, destacou Cláudio Just, CEO da Transfero Ventures, em comunicado à imprensa:

"A aquisição da Fuse Capital é um passo estratégico em nossa jornada para expandir o impacto das soluções blockchain, indo além do BRZ. Nossa missão é integrar tecnologias emergentes com a robustez e segurança que o mercado financeiro exige.”

A Transfero e a Fuse Capital já eram sócias na BRX Finance, uma joint-venture que integra o BRZ a soluções baseadas em DeFi (finanças descentralizadas) e tokenização de ativos do mundo real (RWA). Agora, unem forças para expandir o desenvolvimento de produtos e soluções com foco em ambos os setores.

"Com a Fuse Capital, estamos preparados para lançar novos serviços em DeFi, impulsionando não apenas a integração com o Drex, mas também trazendo soluções financeiras inovadoras que irão beneficiar empresas e consumidores globalmente", acrescentou Just.

De acordo com os termos do acordo, a Transfero Ventures será incorporada pela Fuse Capital, conjugando o portfólio de investimentos de ambas as empresas no setor de blockchain e ativos digitais.

Na nova configuração, a Fuse Capital manterá sua independência operacional, com autonomia total na gestão de fundos de investimento e no desenvolvimento de novos produtos voltados para DeFi e Venture Building, conforme afirmou Dan Yamamura, cofundador da Fuse Capital, ao Cointelegraph Brasil:

“Nosso foco permanece naquela tese que chamamos de Web 2.5, agora com um novo mandato. Além dos fundos da Fuse com capital de terceiros, passamos a gerir o CVC da Transfero, que também investe nessa tese, e assumiremos a gestão desses investimentos de longo prazo.”

Segundo Yamamura, a Web 2.5 é um estágio intermediário entre a descentralização promovida por protocolos descentralizados e a internet 2.0, controlada por grandes corporações.

Yamamura acredita que os mercados financeiros estão vivenciando um momento único de aceleração da inovação. Os novos casos de uso de ativos digitais que estão sendo desenvolvidos e testados atualmente se tornarão centrais no ecossistema financeiro 100% digital e interconectado do futuro, afirma o executivo:

“Nossa visão é que a Web 2.5 tende a aproveitar o que há de melhor no mundo da Web3 aplicado ao mundo da Web 2. Assim, criamos novas versões de coisas que já existem hoje e outros produtos derivados dessas coisas. Ganhamos tempo para que novos casos de uso apareçam e tomem corpo.”

Assim, a simplificação do acesso a investimentos em ativos digitais de forma segura e transparente, baseada nos sistemas descentralizados e não permissionados da tecnologia blockchain, é um dos pilares da fusão.

Além disso, Yamamura destaca que as inovações atualmente em desenvolvimento podem influenciar positivamente a integração do Drex e de produtos derivados aos mercados financeiros globais:

"Esta união estratégica com a Transfero nos permitirá acelerar a criação de um ecossistema financeiro mais integrado, baseado em blockchain e DeFi. Com a chegada do Drex, vemos uma oportunidade única para revolucionar o mercado financeiro digital, não só no Brasil, mas globalmente."

Atualmente, 13 casos de uso estão sendo testados no âmbito do Piloto Drex. Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o BC anunciará em breve uma nova leva de projetos a serem testados a partir do início de 2025.