A Polícia Civil apreendeu três veículos de Gabriel Rodrigues, o autointitulado "Sheik do Bitcoin", em uma operação realizada em São José dos Campos na quinta-feira, 17, entre eles uma McLaren avaliada em R$ 3 milhões, reportou o Estado de São Paulo.

Rodrigues é investigado em um inquérito aberto pelo 2º Distrito Policial de São Caetano do Sul por supostamente comandar um esquema de pirâmide financeira como fachada para encobrir crimes de estelionato e lavagem de dinheiro em operações envolvendo criptomoedas.

Os advogados de defesa do "Sheik do Bitcoin" negam as acusações e afirmaram que o jovem não foi detido durante a operação. Ainda segundo a defesa, as investigações dizem respeito exclusivamente a supostas irregularidades na aquisição da MCLaren, que é um dos veículos mais caros do mundo.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo foram realizadas apreensões nos endereços residencial e empresarial do "Sheik do Bitcoin". Além dos veículos, outros objetos e documentos foram recolhidos pela Polícia Civil durante as diligências.

Envolvimento com a DD Corporation

Rodrigues tornou-se conhecido no mercado brasileiro de criptomoedas por conta de seu envolvimento com a DD Corporation. A empresa iniciou suas operações em 2019, sob o nome fantasia "Dream Diggers", oferecendo produtos de investimento supostamente baseados em operações no mercado Forex, através de Bitcoin e outras criptomoedas, prometendo retornos de até 400% ao ano. O "Sheik do Bitcoin" era um dos garotos-propaganda da empresa.

Comandada por Leonardo Araújo a Dreams Digger tinha sede na Bahia, contudo, não tinha autorização ou dispensa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar no mercado de investimentos. A estrutura da empresa foi montada por meio de ações de Marketing Multinível. Para angariar novos clientes a empresa prometia bônus por indicação e garantia rentabilidade também em cima dos novos usuários que fossem adicionados na plataforma. Daí surgiram as primeiras acusações de que a Dreams Digger operava um esquema de pirâmide financeira.

A empresa chegou a mudar de nome, tornando-se DD Corporation. Em fevereiro de 2020, Araújo admitiu que a DD Corporation havia quebrado e estava incapacitada de honrar os compromissos assumidos com os clientes. Em seguida, o empresário deixou o país e passou a ostentar uma vida de luxo em destinos como Portugal e Dubai enquanto no Brasil a Justiça determinava o bloqueio das contas vinculadas à DD Corporation e ao seu dono, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil na ocasião.

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