O governo federal confirmou a apuração da utilização de criptomoedas na ocultação de dinheiro da fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do entre 2019 e 2024. 

A informação foi confirmada durante uma entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na última terça-feira (20) pelo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

De acordo como o ministro, a AGU já fez um pedido de bloqueio de bens das entidades envolvidas dos descontos dos beneficiários do INSS e o rastreamento dos valores desviado, inclusive por meio de criptomoedas.

"No pedido de bloqueio que nós fizemos na semana retrasada, nós solicitamos ao juízo que seja feito um rastreio a partir de corretoras de criptomoedas para entender por onde esse recurso passou caso tenha sido utilizado", disse Jorge Messias.

Ele acrescentou que o governo tenta rastrear outros caminhos usados pelas entidades para ocultar o dinheiro arrecadado.

"Nessa operação, diversas obras de arte foram apreendidas, joias, ouro, carros de luxo... Tudo isso precisa ser convertido em dinheiro e, a partir disso, seja devolvido aos cofres públicos, que irão ressarcir os aposentados e pensionistas", revelou.

Sobre o avanço das medidas de bloqueio, ele disse que “já há uma primeira avaliação de bloqueio de R$ 1 bilhão e nós estamos agora perseguindo a diferença para que nenhum centavo seja de fato pago pelo contribuinte brasileiro”.

Em outra frente, o governo estuda acabar com o modelo atual de desconto em folha de aposentados e pensionistas em favor de entidades.

“Nesse momento, nós temos uma série de instrumentos financeiros; Pix, conta bancária; que as entidades podem se valer para interagir diretamente com os seus associados e ter o seu desconto. Nesse momento, o governo está refletindo o risco e, digamos assim, os elementos de controle para ver o caso ou não de manter esse modelo”, explicou o ministro, que também prometeu responsabilizar os servidores envolvidos.

Apesar da possibilidade de ocultação por meio de criptomoedas, a tecnologia blockchain também poderia ter evitado a fraude do INSS, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.