A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta terça-feira, 20/05/2025, em R$ 595.597,23. Os touros estão em busca de uma nova alta histórica nesta semana e não devem dar trégua para os ursos até que a resistência de US$ 106 mil seja testada novamente e, se rompida, abre caminho para que o BTC busque US$ 110 mil ainda nesta semana.
Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, afirma que os mercados asiáticos iniciam o dia em alta, impulsionados pela estabilização dos rendimentos dos Treasuries dos EUA após o rebaixamento da nota de crédito do país, o que favoreceu índices como o MSCI Ásia-Pacífico e o Nikkei. Além disso, as bolsas chinesas não sofreram tanto após o corte das taxas de juros pelo banco central e pelos principais bancos estatais.
"Nos EUA, os futuros dos principais índices abriram praticamente estáveis, com os investidores aguardando novos desdobramentos nas negociações comerciais. Já no mercado de criptomoedas, o impacto sobre o Bitcoin foi positivo e tende a continuar assim, com a maior estabilidade dos mercados financeiros aumentando o apetite por ativos de risco e notícias como o endosso do JPMorgan à clientes que queiram comprar de Bitcoin também contribuem para o aumento da demanda pela criptomoeda", disse.
Já Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que a volatilidade das últimas 24h (BTC em US$ 107 mil, depois caindo para US$ 102 mil e voltando para US$ 105 mil) empurrou, junto, mais de US$ 600 milhões em contratos futuros para a liquidação. Como a maioria era de comprados, esses investidores eram obrigados a vender automaticamente seus tokens, o que acentuou a queda para além de uma "realidade". Nestes casos, é natural que ocorra um repique para um nível mais "adequado" de preços.
"É importante dizer também que o investidor teve uma melhora de humor ao longo do dia. Foi bem vista a nova rodada de conversa entre Trump e Putin para um cessar-fogo na Ucrânia e a tentativa de uma parceria comercial entre os países. Além disso, a possibilidade de um corte de juros pela China pode também trazer um apetite ao risco maior. Então, o que sobra é um mercado mais ajustado e realista, revertendo a queda especulativa e fortalecendo a recompra do ativo com projeções mais otimistas", afirmou.
Bitcoin análise técnica
Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, destaca que do ponto de vista técnico, o BTC permanece acima das médias móveis de curto e médio prazo, sustentando uma estrutura de alta no médio prazo.
"O RSI em zona neutra indica que ainda há espaço para novos avanços, especialmente se o ativo conseguir romper a resistência entre US$ 103.668 e US$ 104.641. Acima disso, o caminho pode se abrir novamente para a faixa dos US$ 110 mil. Já em caso de correção mais forte, a região dos US$ 95.605 deve ser monitorada como suporte decisivo", afirma.
Valentin Fournier, analista-chefe da BRN, afirma que a empresa está aumentando a exposição em BTC e ETH, pois vê potencial real para uma tentativa de rompimento da máxima histórica
"Em termos de alocação, a BRN agora mantém 60% em Bitcoin, 15% em Ethereum, 5% em Solana e 20% em caixa. A entrada forte nos ETFs e o comportamento técnico sugerem que o mercado quer subir. Mas, se o apetite institucional esfriar, a correção pode vir rápido", afirma.
Já Isac Honorato, CEO do Cointimes, aponta que o movimento de recuperação do Bitcoin não é um reflexo de euforia, mas de fatores estruturais. “Estamos vendo uma combinação poderosa: os ETFs estão absorvendo mais BTC do que os mineradores produzem, e grandes gestoras continuam acumulando. Isso gera um desequilíbrio de oferta e demanda que sustenta o preço.”
A pressão compradora se intensificou com a atuação de fundos como a Strategy e a Twenty One Capital, que seguem alocando em Bitcoin com foco no longo prazo. “Esses players não estão especulando. Estão construindo posição em um ativo escasso e com narrativa fortalecida”, destaca o analista.
Honorato também chama atenção para um movimento silencioso, porém relevante: o interesse crescente de estados e governos em considerar o Bitcoin como parte de suas reservas estratégicas. “Pode parecer algo distante, mas a discussão sobre o BTC como proteção institucional já começou em vários países.”
O cenário macroeconômico também favorece a valorização do Bitcoin. O rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s elevou o nível de alerta em relação à saúde do sistema financeiro tradicional. “O BTC voltou a ser visto como porto seguro digital, especialmente em momentos de estresse no mercado de dívida soberana”, explica Honorato.
Com base nesses fundamentos, a 21Shares projeta que o Bitcoin pode atingir US$ 138.500 ainda em 2025, sem depender de eventos pontuais ou exageros especulativos.
Para o analista, o atual momento representa uma possível virada de ciclo. “Se o Bitcoin estabilizar nesse novo patamar, o efeito dominó pode atingir as altcoins, como vimos em ciclos anteriores.”
Alta de 66% em Junho?
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, chama a atenção para uma alta ainda maior em junho. Segundo ele, historicamente, quando maio fecha em alta, junho segue com ganhos em 66% das vezes.
"Maio de 2025 já acumula alta de +11,93%. Será que junho se manterá assim novamente este ano e veremos o BTC perto de US$ 150 mil?", argumenta
Analisando o comportamento no BTC nesta terça, Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, aponta que o BTC rompeu a resistência de US$ 108 mil e está recuando em direção à área de suporte de US$ 103-105 mil.
"Apesar da retração, a estrutura permanece dentro de um canal ascendente, apoiada por padrões de consolidação de alta. Os touros estão defendendo a faixa intermediária, com os olhos ainda no limite superior. O BTC pode se recarregar para outra tentativa de rompimento em direção a US$ 108 mil e posteriormente US$ 110 mil", afirmou.
Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, também acredita em uma nova alta histórica ainda nesta semana, motivada pelo forte interesse institucional e pelos ETFs de BTC.
"Nosso alvo agora, para as próximas semanas, os próximos meses, quem sabe no início do semestre que vem, é para US$ 124 mil. O fluxo de entradas nos ETFs continuam grandes, confirmando a fome dos institucionais, dos grandes players na compra do Bitcoin. Inclusive, na última semana, nós tivemos mais de 3 bilhões de compras através de cinco empresas, cinco companhias que têm ações listadas na Bolsa de Nova York", afirmou.
Bitcoin e o tesouro dos EUA
Nic Puckrin, analista de criptomoedas, investidor e fundador do The Coin Bureau, afirma que o pico observado recentemente nos rendimentos dos Títulos do Tesouro Protegidos pela Inflação (TIPS) de 30 anos é um sinal particularmente preocupante da queda da confiança de longo prazo nos EUA.
Segundo ele, muitas vezes, esses eventos são uma profecia autorrealizável, especialmente considerando o círculo vicioso de aumento das taxas de juros, levando a custos de empréstimos mais altos para o governo dos EUA e, portanto, a um agravamento da crise da dívida.
Além disso, ele afirma que não são apenas os títulos americanos que estão em dificuldades – a recuperação do S&P 500 estagnou devido aos temores sobre o que o rebaixamento da dívida americana pela Moody's significa para a confiança dos investidores, mas, ao mesmo tempo, o ouro também não está conseguindo ganhar impulso significativo. O único ativo que se manteve resiliente até agora esta semana é o Bitcoin, que quase atingiu US$ 107.000 no início desta semana e continua sendo negociado acima de US$ 105.000.
"O Bitcoin tem muito a seu favor esta semana. O JP Morgan acaba de dar mais de 3 milhões de lares americanos têm acesso ao BTC, o Senado aprovou a Lei GENIUS de Stablecoins e o enorme corte de impostos e o projeto de lei de gastos federais de Trump devem eliminar todos os ativos de risco.
Mas, até que haja mais clareza sobre tudo isso, é improvável que vejamos muita alta nos preços, com o Bitcoin permanecendo preso em seu padrão de espera ou potencialmente com tendência de queda em direção à marca de US$ 100.000 no curto prazo. O mercado precisa de um catalisador para que os preços disparem e, embora existam muitos catalisadores potenciais no horizonte, a incerteza ainda reina suprema", afirmou.
Portanto, o preço do Bitcoin em 20 de maio de 2025 é de R$ 595.597,23. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 20 de maio de 2025, são: Aave (AAVE), Curve Dao (CRV) e Kaspa (KAS) com altas de 19%, 9% e 7% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 20 de maio de 2025, são: Story (IP), Litecoin (LTC) e Nexo (NEXO), com queda de -5%, -2% e -0,7% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão