Cada vez mais bancos e intituições financeiras no Brasil e em todo o mundo estão abrindo as portas para as criptomoedas e os ativos digitais. No Brasil, até cerca de 4 anos, bancos e exchanges travavam brigas judiciais por contas encerradas sem motivos préviamente listados.

No entanto, com o passar dos anos, os bancos viram 'amigos' das criptomoedas e agora investem em empresas de criptotivos, anunciam parcerias com empresas de criptoativos, oferecem compra e venda de Bitcoin para seus clientes e até mesmo lançam suas próprias exchanges de criptomoedas.

Segundo um relatório publicado pela consultoria Oliver Wyman e chamado “Climate, Crypto, and Competing in This Cycle”, produzido em parceria com banco Morgan Stanley, isto não significa que os bancos agora são bitcoiners, porém que a integração com a industria de ativos digitais pode gerar bilhões em receitas para as instituições financeiras tradicionais.

Segundo o relatório, o setor deve passar por uma fase de transformação nos próximos cinco anos, em função dos negócios relacionados aos avanços dos ativos digitais, que têm potencial para gerar receitas de até US$ 6 bilhões para os bancos tradicionais de atacados, se entrarem no mercado de criptomoedas com maior dedicação.

De acordo com o relatório, com o advento das fintechs, bancos digitais e novas modalidades de tecnologia e investimentos, instituições bancárias tradicionais ficaram à margem dos estágios iniciais do que vem sendo considerado revolução no setor.

Segundo a Oliver Wyman, foram perdidos mais de 95% dos cerca de US$ 5 bilhões gerados por clientes corporativos e institucionais, nesse modelo, em 2021.

No entanto, para os bancos tradicionais, a ausência de um marco regulatório claro tem sido o principal obstáculo para 'abraçar' de vez as criptomoedas. No Brasil isso pode mudar em breve com a aprovação da "Lei Bitcoin" que tramita na Câmara dos Deputados e pode ser aprovada ainda em julho deste ano.

"A criação de um marco regulatório no mercado brasileiro era uma iniciativa necessária para trazer garantia jurídica às transações. Quando se tem um documento com normas, regras e punições, as empresas ganham um direcionamento para estruturarem suas operações", destaca Marcelo Magalhães é CEO da Ribus.

Bancos querem dinheiro e não ajudar o Bitcoin

O estudo também detalha que o crescimento exponencial do mercado de ativos digitais foi impulsionado principalmente pelo interesse do investidor de varejo em criptomoedas. Esses mercados são mais voláteis, então sua capitalização continua a crescer por meio da valorização dos preços e da introdução de novos ativos.

 


Em outro levantamento, feito pelo Banco Central do Brasil, com base em dados da Receita Federal, apenas em 2021, os investimentos brasileiros no segmento de criptomoedas, movimentaram, em média mais de R$ 6 bilhões por mês.

Desta forma, os bancos estão interessados em obter parte do dinheiro transacionado pelos mercados de criptomoedas e, portanto, para chegar a este fim, uam estratégia mais simples é a de se alinhar com as empresas de criptomoedas que passam agora a fornecer serviços de infraestrutura para as empresas tradicionais.

"À medida que os principais fatores disruptivos se tornam mais claros e as opções para os bancos tomar parte emergir, vemos oportunidade para os bancos recuperarem o atraso e até assumir a liderança na ascensão dos ativos digitais", aponta o estudo.

Confira o estudo completo

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