Utilizando uma tecnologia semelhante à do Bitcoin (BTC) para a criação de uma rede peer-to-peer (P2P) que conectava amantes da música de todas as partes do mundo através de sua plataforma de distribuição gratuita de faixas em arquivos mp3, a Napster revolucionou o mercado musical no final do século passado à medida que a internet se tornava um meio de comunicação cada vez mais popular.
Além de praticamente acabar com a distribuição musical em suporte físico, exceto para um público seleto de colecionadores, a empresa abriu caminho para novos modelos de negócios baseados em plataformas de streaming e assinaturas, como os do Spotify e do Deezer, que hoje são dominantes.
Após inúmeros processos por violação de direitos autorais movidos por gigantes da indústria e até de alguns artistas, a empresa encerrou as atividades em 2001. Agora, a partir de uma aquisição via private equity feita pela Hivemind Capital Partners, a Napster pretende investir em soluções baseadas em criptomoedas e tecnologia blockchain para se reinventar.
Apesar de ter ficado associada à pirataria, é inegável que o Napster teve um papel importante na história da evolução da internet ao utilizar as novas tecnologias de forma revolucionária, como destacou a nova CEO do Napster, Emmy Lovell, à reportagem da Bloomberg publicada na quinta-feira, 29:
"Obviamente, era completamente ilegítimo e houve uma grande reação”, disse Lovell sobre os primeiros dias do Napster em uma entrevista. “Mas ainda continua a ter a reputação de disruptor e inovador do setor."
Napster na era da Web3
Agora sediada no Reino Unido, o Napster tem planos de lançar seu próprio utility token, o $NAPSTER, e NFTs (tokens não fungíveis) para explorar novas formas de engajamento e relacionamento entre fãs e artistas. A plataforma será baseada na blockchain da Algorand (ALGO) e o suprimento total do $NAPSTER, de acordo com informações disponíveis no litepaper do projeto divulgado na quarta-feira, 29, será de 10 bilhões de unidades.
O token poderá ser utilizado para adquirir NFTs vinculados a ingressos e outros tipos de experiências exclusivas para os usuários da nova plataforma, além de permitir que seus detentores participem de decisões de governança do novo Napster, conforme explicou Lovell, à reportagem.
Basicamente, o Napster segue os passos da LimeWire, outra plataforma P2P muito popular da fase inicial da internet, que, aliás, foi construída exatamente sob os mesmos parâmetros do Napster, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.
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