Um jatinho, de prefixo PP-BST, é objeto de um pedido de arresto peticionado à 24ª Vara Cível de Curitiba por clientes lesados por Francisley Valdevino da Silva, o Sheik dos Bitcoins, investigado por fraudes estimadas em até R$ 4 bilhões envolvendo investimentos em criptomoedas. 

Segundo as informações veiculadas nesta segunda-feira (17) pelo jornal O Globo, os advogados das vítimas informaram na petição, anexada à ação que tramita na corte paranaense, que a aeronave pertence à ITX Administradora, de propriedade do Sheik, mas está sendo utilizada pela WS Shows Ltda, que pertence a Wesley Safadão

A defesa do artista alega que Wesley Safadão também foi vítima do Sheik e que o cantor teria recebido o jatinho como forma de ressarcimento, já que os aporte feitos pelo cantor na Rental Coins, empresa de Francis da Silva, como também é conhecido o Sheik, teria sido em valor ainda superior aos investimentos feitos pela modelo Sasha Meneghel e o marido dela, o cantor João Figueiredo, que também buscam ressarcimento judicial, de R$ 1,2 milhão

De acordo com os advogados Mayra Vieira Dias e Jorge Calazans, que assinam a petição, a aeronave ficou da Operação Poyais, realizada no início do mês pela Polícia Federal (PF) para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao Sheik, ocasião em que os agentes apreenderam barras de ouro, dinheiro em espécie, carros e outros artigos de luxo mantidos por Francis.  

O jatinho teria sido comprado pelo Sheik por um valor de R$ 37 milhões, de forma parcelada da empresa Maravilhas da Terra Produtos Naturais que, por sua vez, havia comprado a mesma aeronave de Wesley Safadão. O que levou as partes a acordarem que Francis direcionaria parte dos pagamentos para o cantor e a outra parte para a Maravilhas.

Para que o contrato de venda de consumasse, o artista atuou como “interveniente anuente” na negociação entre o Sheik e a Maravilhas. Segundo a publicação, Wesley Safadão teria exigido o jatinho de volta quando o escândalo envolvendo o Sheik veio à tona, em 2021, ocasião em que foram interrompidos os pagamentos das 19 parcelas do Cessna Aircraft 680, fabricado em 2008 e com 2.190 horas de voo, das quais 11 prestações deveriam ter ido para o cantor, no total de R$ 11 milhões. 

Wesley Safadão também teria atuado como credor do Sheik dos Bitcoins por meio da DYW Participações Ltda, que tem o artista como proprietário, segundo os dados da Receita Federal. A DYW teria atuado como agenciadora do Sheik no Ceará na captação de clientes através dos quais teria direito a receber R$ 202 mil em comissões. 

Para O Globo, o advogado Daniel Moraes, que representa Wesley Safadão, disse que a aeronave foi repassada ao artista pelo Sheik para amortecer parte do calote, embora não tenha revelado o valor do investimento feito pelo músico. Ele disse ainda que o avião continua em nome da ITX porque a Anac demora a fazer a mudança de propriedade, mas que o financiamento está em nome do artista junto ao Banco do Brasil. 

Quem também chegou a ter negócios com o Sheik dos Bitcoins foi o pastor Silas Malafaia, que disse que “pulou fora quando soube” das acusações contra Francis, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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