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Sasha Meneghel vai à Justiça contra Rental Coins sob alegação de ter sido vítima de esquema de pirâmide financeira

A modelo e o marido entraram com uma ação na Justiça para tentar reaver uma quantia investida em uma modalidade de investimento baseada na locação de criptoativos oferecida pela empresa sediada em Curitiba (PR).

Sasha Meneghel vai à Justiça contra Rental Coins sob alegação de ter sido vítima de esquema de pirâmide financeira
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A modelo Sasha Meneghel e o marido, o cantor João Figueiredo, estão movendo um processo judicial na 14ª Vara Cível de Curitiba (TJ-PR) contra a Rental Coins, sob alegação de que teriam sido vítimas de um esquema de pirâmide financeira, informou reportagem do portal Metrópoles.

A empresa, que se apresenta em sua página inicial como uma exchange de criptomoedas, está sendo investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Paraná, conforme informou o Cointelegraph Brasil em 30 de março.

Sasha e João teriam realizado um aporte inicial de R$ 50.000 em uma modalidade de investimento oferecida pela empresa com base na locação de criptoativos e a promessa de rendimentos mensais fixos. Em um segundo momento, teriam firmado outros dois contratos de investimento que somaram mais de R$ 1,2 milhão.

Segundo a reportagem, o casal busca reparação por danos materiais e morais por supostamente terem sido vítimas do esquema fraudulento montado pela Rental Coins. No documento obtido pelo Metrópoles, o produto de investimento baseado na locação de criptoativos oferecido pela empresa é caracterizado como uma “sofisticada cadeia de subterfúgios para constituir pirâmide financeira e aplicar golpe nos autores."

Sasha e o marido também acusam Davi Zocal dos Santos, agente de investimentos da Rental Coins, de “abuso da confiança e da fé religiosa”. O agente e o casal se conheceram dentro da igreja cristã evangélica frequentada pelo casal.

Depois de estabelecer uma relação de proximidade com Sasha e João, Zocal os teria apresentado ao dono da Rental Coins, Francisley da Silva Valdevino, e os convidado para aderir ao plano de investimento baseado na locação de criptomoativos oferecido pela empresa.

Segundo a reportagem do Metrópoles, a Rental Coins responde a pelo menos 300 processos judiciais em todo o Brasil.

Contrato de locação de criptoativos

De acordo com um contrato de locação da empresa firmado com um cliente que preferiu manter-se anônimo a que o Cointelegraph Brasil teve acesso, o investimento baseado na locação de criptoativos da Rental Coins oferecia rendimentos mensais fixos de 6% contra o aluguel temporário do BRCP, um ativo digital baseado na blockchain da Tron e emitido pela própria empresa.

O token é uma stablecoin cujo valor é atrelado ao Real, e supostamente é lastreado pelo capital social da Compralo, empresa especializada em meios de pagamento com criptoativos avaliada em R$ 50 milhões.

Tanto a Compralo quanto a Rental Coins pertencem à Intergalaxy Holding e têm Francisley, informalmente conhecido por Francis Silva, como sócio-administrador.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil em 30 de março, Francis Silva reconheceu os atrasos nos repasses da RentalCoins e os atribuiu à realização de uma auditoria e a um processo de reestruturação da empresa iniciado em outubro.

A auditoria e reestruturação teriam sido iniciadas às vésperas de quando foram relatadas as primeiras queixas dos clientes, conforme o próprio sócio administrador da empresa admitiu à época:

"Devido a essa reestruturação, tivemos alguns problemas com alguns saques em alguns meses, mas isso tudo já está sendo resolvido, já está sendo colocado em dia."

Segundo a Rental Coins, 60% dos clientes aceitaram assinar um novo contrato com bases diferentes, enquanto 20% preferiram encerrá-los e retirar todos os seus fundos da empresa. O restante estaria em negociação. Silva também garante que todos os clientes vão receber seus criptoativos de volta.

Procurada pela reportagem do Cointelegraph Brasil para esclarecer esta e outras dúvidas sobre as suspeitas que recaem sobre a empresa, a ouvidoria da Rental Coins não havia retornado o contato até o fechamento desta edição.

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