Resumo da Notícia:
A Rayls, plataforma de privacidade selecionada para o Drex, lançou a pré-venda de seu token nativo RLS.
Lançamento da mainnet da Rayls está previsto para o primeiro trimestre de 2026 e mira um mercado endereçável de US$ 100 trilhões.
A Rayls tem parcerias estratégicas com gigantes do setor financeiro tradicional como J.P. Morgan, Cielo e Caixa, além de colaborações com o Banco Central do Brasil e o Banco da Inglaterra para desenvolvimento de CBDCs.
A Rayls, plataforma de infraestrutura blockchain selecionada como uma das soluções de privacidade do Drex, a CBDC do Banco Central do Brasil, abriu a pré-venda de seu token nativo, o RLS.
Desenvolvida pela empresa de tecnologia blockchain Parfin, a Rayls visa oferecer uma infraestrutura segura e regulada para conectar o capital institucional à nova economia digital on-chain.
Com foco inicial na América Latina, a Parfin pretende atrair parte dos US$ 100 trilhões que, segundo estimativas da McKinsey, permanecem bloqueados no sistema financeiro tradicional devido a entraves de segurança, privacidade e regulação do ecossistema de ativos digitais.
A arquitetura em três camadas da Rayls foi projetada para solucionar o dilema enfrentado por instituições financeiras que buscam acessar o mercado de criptoativos: a escolha entre redes públicas, que oferecem liquidez mas carecem de privacidade e conformidade, e redes privadas, que são seguras mas operam de forma isolada.
A primeira camada consiste nos Privacy Nodes (Nós de Privacidade), onde cada instituição opera seu próprio nó para emitir tokens, gerenciar contas e processar transações internas. Nesta camada, os dados permanecem sob o controle exclusivo da instituição
A segunda camada é composta pelas Private Networks (Redes Privadas), que são estabelecidas por operadores como bancos centrais para conectar múltiplos nós institucionais sob regras específicas de participação e verificação. Essas redes privadas viabilizam transações interbancárias com segurança e privacidade equivalentes às do sistema bancário tradicional.
A terceira camada é a Rayls Public Chain (Cadeia Pública da Rayls), que conecta os nós privados ao ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) de forma controlada e segura.
A privacidade é garantida pelo Enygma Protocol, um protocolo projetado para viabilizar transações que são, ao mesmo tempo, confidenciais e auditáveis. Por meio de criptografia avançada, ele mantém a privacidade dos saldos e dos detalhes das transferências entre as partes.
O mesmo nível de privacidade se aplica a primitivos DeFi como formadores automáticos de mercado (AMMs) e pools de empréstimos e liquidez.
Em entrevista ao Cointelegraph Brasil, Marcos Viriato, CEO da Parfin, revelou que a exchange descentralizada Uniswap (UNI) é um dos protocolos DeFi que estará operacional assim que a mainnet for lançada.
Viriato destaca que o Enygma Protocol permite que reguladores possam verificar a atividade da rede sem que dados sensíveis sejam expostos publicamente. Além disso, o protocolo suporta diferentes padrões de token e foi desenvolvido para processar mais de 10.000 transações por segundo (TPS).
Pré-venda do token nativo RLS
A Parfin abriu a pré-venda do token nativo da Rayls para financiar a listagem do token em exchanges centralizadas, o desenvolvimento da rede e o lançamento da mainnet, que está previsto para o 1º trimestre de 2026.
Em uma oferta pública para investidores qualificados realizada por meio da Republic, uma plataforma de crowdfunding regulada no mercado americano, a Parfin está comercializando 99,4 milhões de unidades do RLS a um preço fixo de US$ 0,0176. O investimento mínimo é de US$ 50.
“O objetivo dessa pré-venda é distribuir o token para usuários, investidores e a comunidade cripto, que terão a oportunidade de adquiri-lo abaixo do preço de lançamento no mercado,” afirma Viriato.
Até o momento, foram captados US$ 1,6 milhões com aportes de 1.024 investidores. A meta é arrecadar US$ 1,75 milhão até 21 de outubro, quando se encerra a pré-venda.
O RLS é um token de utilidade que servirá para pagamento de taxas de transação em redes privadas, garantir a segurança da rede por meio de staking e tomada de decisões de governança.
O tokenomics prevê que todas as taxas arrecadadas sejam reinvestidas no ecossistema. Uma parte será dividida igualmente entre os validadores, a Rayls Foundation e um fundo de desenvolvimento, enquanto o restante será destinado à recompra e queima de tokens, explica Viriato:
“Essa iniciativa visa gerar escassez de mercado, impactando diretamente a demanda para potencialmente aumentar o valor do token no longo prazo.”
Parcerias estratégicas com J.P. Morgan, Cielo, Caixa, BIS, Banco Central e Banco da Inglaterra
A Rayls foi projetada para atender usuários institucionais. Os principais segmentos de atuação incluem Bancos Centrais e Infraestruturas de Mercado Financeiro (FMIs), com foco na implementação de redes privadas e projetos de CBDCs; instituições bancárias, para acesso a liquidez on-chain e tokenização de ativos reais (RWA); e infraestruturas de pagamentos, atendendo a empresas de cartões e emissores de stablecoins que necessitam de trilhos regulados para operações digitais.
A Rayls já mantém parcerias estratégicas com J.P. Morgan e Caixa, além de ter trabalhado em colaboração com o Banco de Compensações Internacionais (BIS) e a Comissão Europeia. Recentemente, a Rayls firmou uma parceria com o Banco da Inglaterra para colaborar no projeto de CBDC da instituição, adiantou Viriato ao Cointelegraph Brasil.
Além disso, a tecnologia da Rayls já é utilizada pela Núclea para tokenização de recebíveis, e uma futura integração com a Cielo, um dos maiores provedores de cartões do país, está confirmada.
Nos primeiros cinco meses de operação em um modelo de subnets, a Rayls gerou US$ 356.000 em receita, o equivalente a uma média de US$ 70.000 mensais, registrada publicamente através de um mecanismo de "Proof of Usage" (PoU).
De acordo com o roadmap da Rayls, o objetivo é que até o final de 2027 a Rayls atinja 1 bilhão de usuários com um valor total bloqueado (TVL) de US$ 1 trilhão.
A Rayls também é uma das soluções de privacidade adotadas pelo Banco Central (BC) no desenvolvimento do Drex, o real digital. A solução foi elogiada pela robustez da privacidade e por seus recursos de interoperabilidade no relatório do BC sobre a primeira fase do piloto.
Apesar do recuo do BC em relação à utilização da tecnologia blockchain durante a fase inicial de implementação da CBDC, a iniciativa privada pretende levar adiante as soluções desenvolvidas no piloto.
Bancos que utilizaram a Rayls como solução de privacidade no piloto pretendem utilizar a infraestrutura da rede para lançar publicamente produtos testados no âmbito do Drex, afirma Viriato.
Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, pelo menos três projetos do Drex desenvolvidos com a Rayls estão prontos para entrar em produção.