A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Fantasos, com o objetivo de combater a prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas.
Segundo a PF, cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades fluminenses de Petrópolis e Angra dos Reis. Além das ordens judiciais em questão, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores até o montante de R$ 1,6 bilhão.
O principal investigado, Douver Braga, foi apontado como articulador de um esquema fraudulento internacional do tipo Ponzi (pirâmide), por meio de uma empresa que arrecadou mais de US$ 295 milhões entre dezembro de 2016 e maio de 2018, lesando milhares de investidores ao redor do mundo.
As investigações contaram com o apoio das agências estadunidenses FBI (Federal Bureau of Investigation), HSI (Homeland Security Investigations) e IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation). A ação de hoje visa a coleta de provas para reforçar a investigação, a identificação de outros envolvidos no esquema criminoso e a recuperação de bens e ativos adquiridos com o proveito dos crimes.
Dono da Trade Coin Club, plataforma de negociação de criptomoedas lançada em 2016, Douver Braga teve a prisão anunciada em fevereiro pelo Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos, após ter sido preso na Suíça, de onde ele foi extraditado.
O brasileiro de Petrópolis responde a 13 acusações relacionadas a um suposto esquema de pirâmide baseado em criptomoedas de mais de US$ 290 milhões.
Segundo o procurador interino dos EUA Teal Luthy Miller, o brasileiro de 48 anos morou na Flórida entre aproximadamente 2016 e 2021 durante a maior parte da suposta fraude. A acusação alega que Braga operou um esquema de investimento em Bitcoin que era, na verdade, um esquema Ponzi, bem como um esquema ilegal de marketing multinível.
Este mês, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul também apreendeu R$ 260 mil em criptomoedas durante a Operação Timeo, com objetivo de desarticular um grupo suspeito de extorsão e lavagem de dinheiro, praticados contra empresários do ramo de compra e venda de veículos no Vale do Rio dos Sinos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.