O Méliuz registrou um lucro líquido recorde de R$ 7,6 milhões no segundo trimestre de 2025, após tornar-se a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil. Além de reverter o prejuízo operacional de R$ 60,8 milhões referente ao segundo trimestre de 2024, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado no período foi de R$ 12 milhões. Também inédito no histórico da empresa, esse número consolidou um crescimento de 118% em relação ao mesmo período do ano passado.
Paralelamente, a carteira de Bitcoin (BTC) do Méliuz valorizou R$ 30 milhões, com um Bitcoin Yield de 908%. Isso significa que, para cada mil ações do Méliuz, a quantidade de Bitcoin "atrelada" a elas aumentou mais de nove vezes.
O Bitcoin Yield mede a variação percentual da quantidade de Bitcoin por ação ao longo de um determinado período, e revela o desempenho das Bitcoin Treasury Companies em aumentar a exposição dos seus acionistas à criptomoeda.
Atualmente, o Méliuz detém 595,7 BTC, adquiridos a um preço médio de aproximadamente US$ 103.000.
“O segundo trimestre marcou nosso primeiro ciclo completo como uma Bitcoin Treasury Company – e os resultados reforçam a solidez da estratégia", afirmou Gabriel Loures, CEO do Méliuz em comunicado ao mercado.
Primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil
O Méliuz tornou-se a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil em maio deste ano ao aprovar uma alteração em seu objeto social, incluindo uma cláusula que permite “aplicações de recursos e realização de investimentos em Bitcoin e em outros títulos referenciados em Bitcoin.”
Na ocasião, Israel Salmen, fundador do Méliuz, declarou que o principal propósito da empresa passou a ser a acumulação de Bitcoin. O primeiro ato da Estratégia Bitcoin consistiu na compra de 274,52 Bitcoins por US$ 28,4 milhões, que se somaram ao investimento inicial de 45,72 BTC realizado em março deste ano, ao custo de US$ 4,1 milhões.
O Méliuz é atualmente o maior detentor corporativo de Bitcoin na América Latina. Desde 15 de abril, data em que anunciou a intenção de se tornar uma Bitcoin Treasury Company, suas ações valorizaram aproximadamente 67%. A alta foi acompanhada por um crescimento expressivo no volume diário de negociação da CASH3, que cresceu de R$ 4,1 milhões para R$ 37,6 milhões.
Embora Loures atribua os resultados positivos ao êxito da Estratégia Bitcoin, as normas contábeis brasileiras não permitem que a valorização do Bitcoin seja registrada como lucro nas demonstrações financeiras da empresa até que o criptoativo seja efetivamente vendido. Desse modo, a valorização das reservas de Bitcoin da Méliuz no período não impactou diretamente as operações financeiras reportadas.
Expansão dos negócios de cashback garante aumento da receita líquida
Uma série de indicadores explicam a melhora dos resultados no segundo trimestre. Impulsionada pela expansão de suas atividades, a receita líquida consolidada do Méliuz cresceu 12% no segundo trimestre, totalizando R$ 97,8 milhões – o melhor desempenho para esse período na série histórica.
O Méliuz reduziu suas despesas fixas para 41% da receita líquida nos últimos 12 meses. Já os investimentos em marketing cresceram de 7% para 12% da receita. Apesar do aumento nos custos e despesas totais, a empresa melhorou sua eficiência, com a margem EBITDA ajustada consolidada subindo de 12,3% no primeiro semestre de 2024 para 15,5% no mesmo período em 2025.
Isso demonstra que a operação principal da Méliuz está gerando caixa com margens saudáveis, o que permite o financiamento de futuras aquisições diretas de Bitcoin.
Estratégia Bitcoin mira mercado internacional
No segundo semestre, o Méliuz projeta expandir sua Estratégia Bitcoin com a listagem de suas ações na OTCQX, bolsa sediada nos Estados Unidos.
“Sem a emissão de novas ações, isso nos permitirá acessar uma base mais ampla de investidores, alinhados com a tese de outras Bitcoin Treasury Companies como a Strategy e a Metaplanet," afirmou Loures.
Segundo o CEO, a iniciativa inaugura um novo ciclo da Estratégia Bitcoin do Méliuz após a primeira captação de recursos no Brasil em um "follow-on" (oferta de novas ações) que levantou cerca de US$ 33 milhões (R$ 180 milhões) para a compra de 275,43 BTC em junho.
No final de julho, o Méliuz anunciou a contratação de Mason Foard como Diretor da Estratégia Bitcoin. O executivo terá como responsabilidade desenvolver novos instrumentos financeiros para a captação de recursos fora do Brasil.
Paralelamente, o Méliuz está comprometido em expandir sua integração com o mercado de criptomoedas, indo além da estratégia de acumulação de Bitcoin, garantiu Loures.
Entre os novos produtos e serviços em desenvolvimento, destacam-se o Criptoback, que oferecerá aos usuários cashback em Bitcoin, e uma plataforma para compra e venda direta da criptomoeda.
Em participação no Blockchain Rio esta semana, Diego Kolling, head da Estratégia Bitcoin do Méliuz no Brasil, afirmou que todas as empresas do mundo possuirão Bitcoin em seu tesouro no futuro:
“A adoção institucional é um caminho sem volta. Hoje em dia existem empresas que são de Bitcoin. No início da internet existiam empresas que eram de internet. Assim como hoje todas as empresas são digitais, no futuro, todas as empresas do mundo terão Bitcoin em seu tesouro.”