Em realização de ganhos após romper US$ 123 mil e atingir nova máxima histórica, o Bitcoin (BTC) era transacionado por US$ 117,3 mil (-2,1%) na tarde desta terça-feira (15). A correção também era percebida nas ações Méliuz (CASH3), negociadas por R$ 7,36 (-4%) na B3, porém com alta acumulada de quase 170% em 2025.

O BTC apresentava resiliência ao avanço para 2,7% em 12 meses, no acumulado de junho, nos Estados Unidos, segundo dados dessa terça-feira do Departamento do Trabalho. A alta de preços foi um possível reflexo da nova ofensiva tarifária do presidente Donald Trump, que incluiu o Brasil em uma alíquota de 50% a produtos importados pelo país da América do Norte a partir de 1º de agosto. Apesar disso, o índice Ibovespa dava sinais de recuperação ao se lateralizar em 135.141,60 pontos (-0,08%) com retração acumulada de 2,9% em cinco dias.

Em relação à Méliuz, a pernada de alta do Bitcoin elevou o market cap da empresa acima dos R$ 820 milhões, já que a fintech mineira, criada em 2011 com foco em programas de cashback, adotou recentemente uma mudança estratégica e também passou a ser uma empresa de tesouraria de Bitcoin.

No final de junho, por exemplo, a empresa anunciou a compra de 275 Bitcoins para se tornar o maior holder corporativo de BTC na América Latina, com 595,67 unidades. Dias antes, a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil concluiu uma oferta de ações de R$ 180 milhões para ampliar o caixa de BTC da empresa e, em maio, a compra de US$ 28,4 milhões em BTC.

Para se ter uma ideia do seleto grupo de corporações de tesouraria de Bitcoin, as 21 empresas não mineradoras de BTC com reservas acima de 100 Bitcoins respondem atualmente por US$ 78,97 bilhões em holdings, que incluem 5.557,281 Bitcoins líquidos comprados no acumulado semanal de segunda-feira (14), de acordo com o monitoramento SoSoValue.

Caso os ventos continuem soprando a favor do Bitcoin, a Méliuz pode voltar a promover um rali na B3, a exemplo da euforia de Wall Street com a criptomoedas. Foi o que salientou Anthony Pompliano, em entrevista ao programa Squawk Box, da CNBC. Na oportunidade, o CEO e fundador da empresa de investimentos Professional Capital Management declarou que o Bitcoin se tornou o “maior espetáculo de Wall Street” e elencou, pelo menos, três catalisadores que podem levar o BTC a novas máximas históricas no curto prazo.

Um desse fatores, segundo o CEO e fundador da empresa de investimentos Professional Capital Management, foi o rompimento de US$ 1,2 bilhão de entradas líquidas em fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin na última quinta-feira (10), segundo maior volume diário da história.

No mercado de derivativos, Anthony Pompliano lembrou que as opções expiraram no final de junho. O que reduziu a pressão de baixa sobre o Bitcoin, “como uma bola de praia sendo empurrada para baixo d'água que pode voltar a subir”. Ele ainda observou que, com a liquidação massiva de vendedores a descoberto (shorts) nos últimos dias com a alta do Bitcoin, “entramos nessa fase de descoberta de preço”.

Apesar do otimismo, as análises também apontaram que as sardinhas precisam ter calma para saberem surfar no hype do otimismo desses investidores, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.