O mercado de criptomoedas operava a um market cap de US$ 2,68 trilhões (-0,6%) na manhã desta segunda-feira (14), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 84,5 mil (-0,1%) com 62,6% de dominância de mercado, sentimento de medo dos investidores (29%) e a maioria das altcoins retraídas, apesar da alta acumulada de alguns tokens em até quatro dígitos percentuais.

Em linhas gerais, a desconfiança dos investidores coincidia com a divulgação da Pesquisa de Consumidores da Universidade de Michigan na última sexta-feira (11), levantamento que apontou deterioração acentuada dos consumidores dos Estados Unidos em abril por causa das tensões com a guerra tarifária promovida pelo presidente Donald Trump. O índice recuou a 50,8 pontos ante 57,0 pontos em março.

“Esse declínio foi generalizado e unânime em todos os níveis de idade, renda, educação, região geográfica e afiliação política”, disse a diretora de Pesquisas dos Consumidores Joanne Hsu. 

Ela acrescentou que “os consumidores relatam vários sinais de alerta que aumentam o risco de recessão”.

“As expectativas para as condições de negócios, finanças pessoais, renda, inflação e mercados de trabalho continuaram a se deteriorar este mês”, emendou.

Dissociado parcialmente dos índices S&P 500 e Nasdaq, encerrados sexta-feira em 5.363,36 (+1,81%) e 16.724,46 pontos (+2,06%), o Bitcoin pode testar mais uma semana de volatilidade. Além da montanha-russa das tarifas de Trump, o benchmark cripto tem pela frente a divulgação de novos dados sobre a expectativa de inflação dos consumidores estadunidenses em março e diversos comentários de membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que é o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed).

O Volatility Index (VIX), calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, conhecido como índice do medo, encontrava-se recuado a 33,49 pontos (-17,73%) e retração de 61,63% no acumulado de cinco dias. Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin e de Ethereum (ETH) apresentaram queda no fluxo de saídas líquidas na última sexta-feira, quando apresentaram respectivos saldos negativos de US$ 1,03 milhão e US$ 29,20 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.  

O índice altseason, que mede o nível de rotação de capital para os principais tokens em capitalização de mercado, recuava a 15 pontos em sinal de menor rotação de capital em direção aos tokens. Nesse grupo, o AB valia US$ 0,012 (-8,3%), o JASMY era comprado por US$ 0,015 (-6,3%), o IP recuava a US$ 3,97 (-6,7%), o FLR avançava a US$ 0,017 (+9%), o MANA atingia US$ 0,28 (+7,3%), o TRX chegava a US$ 0,25 (+5%) e o RAY era trocado por US$ 2,07 (+5%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o VTHO representava US$ 0,0027 (+25,7%), o BRETT era transferido por US$ 0,034 (+17%), o ALCH chegava a US$ 0,14 (+30%), o AERGO representava US$ 0,32 (+21,6%), o KEEP era transacionado por US$ 0,097 (+41,3%), o DOGINME estava precificado em US$ 0,00091 e o ALEO se nivelava por US$ 0,18 (+17,3%).

Chamava a atenção ao derretimento do Mantra (OM), que se encontrava precificado em US$ 0,74 (-88,2%) com um fundo de preço de mais de 90% ocasionado no último domingo (13), quando um formador de mercado supostamente vendeu suas participações e varreu quase US$ 6 bilhões em capitalização de mercado do projeto em blockchain focado em tokenização de ativos do mundo real (RWA) Mantra.

Em meio ao despejo do que foi chamado de “Terra Luna 2”, o CEO do projeto, John Patrick Mullin (JP), disse no X “os movimentos do mercado de OM foram desencadeados por fechamentos forçados imprudentes iniciados por exchanges centralizadas em titulares de contas OM”.  

Em direção contrária, a memecoin Retard Finder Coin (RFC) era transferida por US$ 0,11 (+63%) com um acumulado de 1.000% desde o início do monitoramento do token, 1º de abril, ascensão que coincidia com alguns anúncios de listagem do token.

Gráfico de 14 dias do par PFC/USD. Fonte: CoinMarketCap

Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas também estavam ONDO BIGTIME e VIRTUAL na Binance, KERNEL na Phemex, LBank e Kraken, WCT na Kucoin, NO e RDC na Bitget.

Na semana anterior, duas criptomoedas acumulam até 315% enquanto o Bitcoin lutava por US$ 83 mil em meio a tensão comercial entre EUA e China, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.