O prejuízo dos usuários do Pix cresceu 70% em 2024 e alcançou R$ 4,9 milhões no comparativo com o ano anterior, segundo dados obtidos esta semana através da Lei de Acesso à Informação.

A média de notificações de fraude pela plataforma de transferências instantâneas do Banco Central (BC) fechou em 390 mil ocorrências mensais no ano passado, embora o número tenha recuado a 324,7 mil em janeiro deste ano.

Segundo os dados do BC, a média mensal de golpes foi de pouco mais de 30,8 mil ocorrências em 2021, primeiro ano completo de utilização do sistema de transações. No ano seguinte, esse número saltou para 136,8 mil e, em 2023, para uma média de pouco mais de 216 mil ocorrências de golpes mensais.

Por outro lado, o número de ocorrência pode ser considerado baixo se comparado ao quantitativo de utilização da plataforma, o que representa uma média de 0,007% desde janeiro de 2023.

Embora expressivo, esses R$ 4,9 milhões equivalem a menos de 0,02% do volume de transações ao longo de 2024 via Pix, R$ 26,455 trilhões. Esse montante representou um aumento de 54% em relação a 2023, segundo o BC.

No rol dos esforços para diminuir e mitigar os efeitos de fraudes por Pix, o BC anunciou no final do ano passado o aprimorando o Mecanismo Especial de Devolução (MED 2.0) do Pix. A nova versão tem previsão de lançamento para o primeiro trimestre de 2026 e vai permitir que os recursos de transferências fraudulentas possam ser rastreados para além da primeira conta receptora usada para cometer a fraude.  

Em março, o BC divulgou nova alteração no Regulamento do Pix, exigindo que bancos e instituições de pagamento excluam de seus sistemas chaves vinculadas a CPFs e CNPJs que estejam em situação de irregularidade junto à Receita Federal. 

O Pix também aparece em uma pesquisa recente divulgada pela Serasa Experian, apontando que mais da metade dos brasileiros foi alvo de golpes financeiros em 2024 e culpa é da inteligência artificial, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.