Um novo relatório divulgado pela EXM Partners, empresa responsável pela Recuperação Judicial do Grupo Bitcoin Banco, revelou a suposta paper wallet do GBB.

Contudo, a divulgação levantou dúvidas entre a comunidade de Bitcoin no Brasil.

Segundo relatos compartilhados nas redes sociais o endereço informado pela EXM é parte de um conhecido golpe de phishing e foi criado em 2019.

Relatório

De acordo com o relatório a Administradora Judicial compareceu em 15 de maio na sede do GBB, juntamente com um perido judicial Dr. Átila Sauner Posse e seu assistente especializado em tecnologia, Filipe Ferrarini Gevaerd.

Os integrantes da EXM foram até a sede do GBB com a finalidade de conferir a existência da paper wallet mencionada pelo Grupo e que conteria os mais de 7 mil Bitcoins da RJ.

"restou, portanto, devidamente demonstrada 'à AJ, que é auxiliar deste Juízo, a ‘paper wallet’ com as citadas criptomoedas', que possui saldo superior a 7.000 BTC (conforme anexo – Ata de Reunião) em integral cumprimento ao item 9 da decisão acima referenciada", destacou a EXM.

Contudo, na Ata da reunião o site teria gerado as chaves públicas e privadas da paper wallet esta denominado como Bitadrdress.org.

Porém o endereço  Bitadrdress.org é amplamente conhecido na comunidade como um site Phishing

Phishing

O site Bitadradress.org se faz passar pelo famoso gerador de paper wallet Bitaddress.org.

Desta forma, por meio de uma simples letra "r" no endereço ele busca enganar usuários e roubar seus recursos.

"O código seleciona um endereço público de uma lista predefinida, não relacionada à chave privada exibida. ou seja, se você transferir bitcoins para o endereço, não terá mais controle sobre eles", destaca uma publicação no Reddit que lista diversos sites de Phising que usam a mesma técnica.

No entanto, o Cointelegraph procurou o GBB para comentar o caso e o Grupo negou que tenha sido vítima de qualquer golpe e reforçou a posse dos Bitcoins

"Não fomos vítimas de qualquer golpe. Os bitcoins já foram comprovados e estão bem guardados", destacou.

Além disso o GBB destacou que o site escrito no relatório da EXM Partners está errado

"O site escrito pela EXM Partners está errado. Nós usamos o portal correto e inclusive já pedimos correção", afirmou o GBB.

Após a publicação da reportagem a EXM retificou a informação no relatório e indicou que o endereço digitado estava errado.

Entenda o caso

Segundo a EXM, empresa responsável pela Recuperação Judicial do Grupo Bitcoin Banco,  durante a visita inicial na sede das Recuperandas, em reunião realizada no dia 17 de dezembro de 2019 o GBB apresentou a empresa uma wallet com 7.000,99930646 BTC

"disponíveis na wallet do Grupo Bitcoin Banco (conforme ata - sob sigilo), bem como restou definido entre os presentes a apresentação mensal da respectiva movimentação ocorrida no período, com o objetivo de prestação de contas ao Administrador Judicial";

Contudo, sem avisar a EXM o GBB teria feito uma movimentação destes valores, deixando apenas 0,000006 BTC na wallet apresentada durante a RJ.

"Todavia, em consulta pública efetuada pelos representantes da EXM Partners, através do site blockchain.com, foi constatado que as Recuperandas efetuaram a movimentação daqueles BTC para outras chaves, restando somente o saldo de 0,000006 BTC na chave informada inicialmente em 17 de dezembro de 2019, conforme demonstrativo inserido no corpo do RMA".

Desta forma, a EXM passou a questionar o GBB sobre a movimentação e em qual wallet estavam armazenados os recurso, que, sendo a empresa contatou o saldo de BTC (7.000,99930646 BTC) foi movido para outras chaves, nos valores de 5.000,99910936 BTC e 2.000 BTC.

"Entretanto, apesar de diversas indagações efetuadas ao Sr. Cláudio de Oliveira, bem como a todos os administradores do Grupo GBB na oportunidade presentes, não foi obtida a esperada explicação/prestação de contas por esta Administradora Judicial, mas tão somente a solicitação de novo prazo e nova reunião para tanto, por parte das Recuperandas"

Desde então o GBB vem declarando que provaria a posse dos Bitcoins.

Confira os documentos

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