O Grupo Bitcoin Banco alegou em um recente pedido encaminhado no processo de Recuperação Judicial, que apresentará a suposta wallet contendo os mais de 7 mil Bitcoins que estariam em posse do GBB.
Segundo o documento, os BTCs serão reunidos em um endereço vinculado a uma paper wallet.
O GBB alega que os Bitcoins foram movimentados durante um período em que a Recuperação Judicial estava suspensa.
Além disso, segundo o GBB, os Bitcoins foram movimentados para evitar, entre outros, arresto e possíveis apreensões.
"(...) foi informado presencialmente à Administradora Judicial, quando de sua visita na sede das Recuperandas, que as movimentações de diluição em várias wallets das criptomoedas foram
efetivadas para preservação contra possíveis constrições em demandas secundárias (execuções, arrestos, etc.), tendo em vista a suspensão, por consequência, do stay period"
GBB pede para revelar paper wallet sob segredo de justiça
Ainda no pedido o GBB pede que a Justiça informa uma data para que o acesso aos Bitcoins seja demonstrado, porém requer Segredo de justiça para tanto.
"Diante das considerações acima colacionadas e para que não haja mais dúvidas em relação a atual propriedade de 7.000,99930646 BTC’s, as Recuperandas requerem respeitosamente à Vossa Excelência seja designada data, hora e local, sob o manto do SEGREDO DE JUSTIÇA, para que o representante legal das Recuperandas demonstre pessoalmente a Vossa Excelência, na presença de Perito Auxiliar designado por esse Douto Juízo especificamente para o ato se assim desejar, a “paper wallet” com as citadas criptomoedas. Ainda, tal ato poderá, caso Vossa Excelência assim entenda, ser feito periodicamente, a que se sugere de forma bimestral", destaca o pedido.
Contudo em consulta a suposta wallet do GBB informada na Recuperação Judicial não foi identificado que o saldo informado de mais de 7 mil Bitcoins tenha sido reunido novamente após as diversas movimentações feitas.
Atraso no saque de clientes e contas encerradas
Para justificar o atraso no saque dos clientes do "GBB 2.0", cuja porta de acesso é a plataforma Zater, o Grupo Bitcoin Banco alega que houve irregularidade dos clientes.
Em um caso, segundo o GBB, um cliente teria "girado" e conseguido aferir quase 300% de lucro, o que, segundo o GBB é atipico.
"(...) Veja-se que foram encontradas duas situações: - já efetivação do saque pelas Recuperandas; e – constatação por parte da área de compliance das Recuperandas de movimentações atípicas e que demandam perfunctórias investigações, sendo que em um dos casos o cliente chegou a obter uma rentabilidade de 282% (duzentos e oitenta e dois por cento) do capital investido, principalmente BTC’s, em apenas 41 (quarenta e um) dias. Nestes casos anômalos, as Recuperandas providenciaram ainda o encerramento das contas dos clientes", destacou.
Porém segundo alguns clientes que tiveram suas contas encerradas o motivo teria sido uma retaliação devido a denuncias feitas a Administradora Judicial.
O documento contém ainda justificativas para os demais pontos apontados pela empresa responsável pela Recuperação Judicial.
Polícia Civil
Recentemente a Polícia Civil divulgou a conclusão do relatório refente ao Inquérito aberto pelo GBB com relação ao alegado ataque hacker de 2019 que teria causado a crise na instituição.
Porém, de acordo com a Polícia não é possível dizer que houve ataque ao sistema do GBB tendo em vista diversos pontos apontados no relatório.
Além disso, segundo a Polícia, mesmo que tivesse ocorrido um ataque hacker, pelo montante que o Grupo Bitcoin Banco alega ter sido furtado o valor não teria impedido a empresa de cumprir as solicitações de saque.
"Claudio José de Oliveira aduziu que o prejuízo teria sido algo em torno de R$ 30 milhões e mais ou menos uns 1 mil Bitcoins. Ocorre que esse prejuízo total, cerca de R$ 60 milhões não teria o condão de infirmar a saúde financeira do grupo, impedido o pagamento dos clientes por tão largo período", destacou o relatório.
Confira o documento completo
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