O Bradesco, um dos principais bancos do Brasil, conseguiu aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e lançou seu primeiro fundo de investimento focado 100% em Bitcoin, o "BRADESCO BITCOIN FIF".
O fundo é o primeiro da história do banco administrado e gerido pelo próprio Bradesco que em dezembro do ano passado passou a oferecer investimento em cripto via fundos da Hashdex, o Hashdex 40 Nasdaq Crypto Index e Hashdex 100 Nasdaq Crypto Index.
Segundo o banco, o fundo tem investimento inicial mínimo de R$ 500, saque mínimo de R$ 100 e o investidor também deve manter pelo menos R$ 100 no fundo para continuar com seu investimento ativo. O prazo para pagamento é de D+3 e conta com taxa de administração de 0,45%, sem taxas no momento do resgate.
Além disso, o fundo permite alavancagem de até 70%, isso significa que o fundo está autorizado a realizar operações que aumentem sua exposição ao risco ou aos ativos investidos até um percentual máximo de 70% do seu patrimônio líquido. Em termos práticos, isso quer dizer que o fundo pode utilizar instrumentos financeiros derivativos, operações de crédito, ou tomar empréstimos, desde que o valor dessas posições não ultrapasse 70% do total de recursos próprios do fundo.
De acordo com o documento do banco, o fundo não compra Bitcoin diretamente, mas cotas do fundo de BTC da Hashdex, o "Hashdex Nasdaq Bitcoin reference" e conta atualmente com pouco mais de R$ 10 milhões em patrimônio.
Bradesco, Bitcoin e criptomoedas
Apesar do lançamento do fundo de Bitcoin somente em 2025, após bancos como Banco do Brasil e BTG saírem na frente no setor, o envolvimento do Bradesco com o mercado cripto e blockchain começou em 2019 quando a instituição firmou uma parceria com a IBM para integrar uma rede global de pagamentos baseada em blockchain.
Embora a parceira oferecia ao Bradesco a possibilidade de emitir uma stablecoin própria para envios, o banco aderiu à rede, mas não realizou esta operação. Já em 2020, por meio de sua carteira digital Bitz, o Bradesco adquiriu a fintech 4ward, especializada em soluções de blockchain como serviço (BaaS). A 4ward oferece serviços de back-office de pagamentos, conciliação de operações, análise de risco e tokenização de ativos.
Em julho de 2023, o Bradesco anunciou sua adesão ao consórcio liderado pela Núclea (ex-CIP) para participar do projeto-piloto do Drex, a moeda digital brasileira em desenvolvimento pelo Banco Central. O banco contribui com sua expertise em infraestrutura tecnológica para os testes de emissão, negociação e resgate de ativos tokenizados.
No mesmo ano o banco anunciou sua estratégia para o mercado cripto com a previsão de diversas iniciativas tanto na negociação de Bitcoin e outras criptomoedas como no lançamento de tokens RWA e soluções baseadas em blockchain.
Essa estratégia digital teve como uma das primeiras ações o lançamento da primeira experiência no metaverso do banco, com um mapa exclusivo no Fortnite da Epic Games, localizada em 8385-4808-4401. Logo após em 2024 o banco implementou os primeiros testes do Drex e inclusive uma solução para o Pix por aproximação envolvendo autenticação em blockchain.
Em janeiro de 2025, o Bradesco iniciou a implementação de uma solução de identidade digital baseada em blockchain no Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo. A iniciativa visa centralizar os cadastros dos pacientes e permitir o compartilhamento seguro de dados por meio de uma carteira digital, melhorando a eficiência e a segurança no atendimento hospitalar.
O banco também anunciou uma parceria com a Parfin para testes com a stablecoin USDC em operações de remessas no qual o uso de moedas digitais estáveis foi classificado pelo banco como "um caminho sem volta"