Resumo da notícia:
Principais criptomoedas encabeçam retração no Brasil, mas também demonstram resiliência.
Bitcoin se recupera no final do período.
Ether apresenta queda mais significativa.
ETFs ditam ritmo das saídas em setembro, mas se recuperam no fim do mês.
O mercado de criptomoedas demonstrou resiliência em setembro no Brasil, apesar da queda de liquidez, segundo um relatório divulgado nesta segunda feira (6) pelo Bitbank.
O documento assinado pela analista de criptoativos da exchange brasileira, Sarah Uska, avaliou os dados extraídos da plataforma Biscoint, criada pelo Bitbank. O que se concentrou no Bitcoin (BTC), o Ethereum (ETH) e a principal stablecoin lastreada no dólar americano, o Tether (USDT).
O relatório destacou que, em setembro, o mercado cripto no Brasil mostrou queda de liquidez em todas as principais criptomoedas. O Bitcoin conseguiu recuperar parte do preço mesmo com menor volume, enquanto o Ethereum perdeu força nas negociações, mas manteve estabilidade relativa em valor. Já o Tether acompanhou a tendência de retração, registrando queda no volume negociado em meio ao cenário de menor liquidez geral. Confira a análise:
Bitcoin: menor volume, mas recuperação no preço
Em agosto, o volume negociado foi de 5.955 BTC, caindo para 3.944 BTC em setembro, uma queda de -33,77%. No mercado em reais, o total negociado caiu de R$3,75 bilhões para R$2,40 bilhões, refletindo a menor liquidez. O preço médio também recuou, passando de aproximadamente R$626 mil para R$607 mil, enquanto a variação percentual do mês passou de -8,87% em agosto para +1,94% em setembro, mostrando que, apesar do volume menor, o preço conseguiu se recuperar no final do período.
Ethereum: forte queda de liquidez
O Ethereum teve forte retração de liquidez. Em agosto foram negociados 107.294 ETH, enquanto em setembro o volume caiu para 51.791 ETH, uma queda de -51,73%. O impacto é claro no total movimentado em reais, que passou de R$8,03 bilhões em agosto para cerca de R$7,64 bilhões em setembro. Apesar disso, o preço médio do ETH se manteve relativamente estável, sugerindo que a queda foi muito mais ligada ao volume de negociações do que à desvalorização acentuada do ativo.
Tether: estabilidade no preço, leve queda nos volumes
O Tether também registrou queda nos volumes, mas em menor escala quando comparado ao Ethereum. Em agosto, o volume foi de 1,46 bilhão de USDT, recuando para 1,41 bilhão em setembro, queda de -3,34%. Em reais, o total negociado caiu de R$8,03 bilhões para R$7,64 bilhões. O preço médio ficou praticamente estável, saindo de R$5,47 em agosto para R$5,38 em setembro, o que reflete sua paridade com o dólar, mas evidencia leve desvalorização frente ao real.
ETFs ditam o ritmo do Bitcoin em setembro, com saídas e entradas guiando o preço
Setembro mostrou uma forte correlação entre fluxos de fundos negociados em bolsa (ETFs) e cotação do Bitcoin. Saídas concentradas derrubaram o preço para o patamar de US$109 mil, enquanto entradas robustas no fim do mês devolveram o ativo à casa dos US$114 mil. Isso reforça o protagonismo do capital institucional como motor da tendência de curto prazo.
Início de setembro: estabilidade com leve alta
Nos primeiros dias do mês, o Bitcoin oscilou na faixa de US$110 mil a US$113 mil. Nesse período, os ETFs apresentaram fluxos positivos moderados, suficientes para sustentar o preço sem grandes movimentos. A correlação sugere que a entrada líquida ajudou a manter o suporte próximo a US$111 mil.
Meados de setembro: pressão de saída e queda nos preços
Entre os dias 16 e 19, os ETFs tiveram dias consecutivos de saídas relevantes, chegando a perdas líquidas acima de US$300 milhões em um único dia de negociação. Esse movimento coincidiu com a queda do Bitcoin para mínimas perto de US$109 mil, mostrando claramente a sensibilidade do mercado à retirada de liquidez institucional.
Última semana: retomada dos fluxos e recuperação do BTC
A partir do dia 25, após fortes saídas, os ETFs voltaram a registrar entradas consistentes, com destaque para o dia 30, que trouxe um aporte superior a US$500 milhões. Essa reversão foi acompanhada pela recuperação do Bitcoin, que voltou a negociar acima de US$114 mil, encerrando o mês com fôlego positivo para outubro.
O relatório da CoinShares também mostrou que os investidores nacionais investiram R$ 25,6 milhões em semana recorde dos fundos de criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.