Celeiro de grandes artistas e gêneros musicais como a Bossa Nova, a música brasileira parece estar em harmonia com a relação entre artistas e fãs, em transformação mundial pelo desenvolvimento das tecnologias disruptivas, como a blockchain e a Web3. Revolução que, além do engajamento, cresce no ritmo da transparência do recebimento dos royalties musicais pelos artistas.  

Um dos entusiastas desta transformação é o cantor e compositor Zeca Baleiro, que decidiu fazer parte da Tune Traders, uma plataforma brasileira de tokenização de royalties musicais lançada em março deste ano com objetivo de garantir o faturamento de cantores, músicos e compositores através de suas obras. A plataforma inclui royalties de canções que ficaram famosas nas vozes de Maiara e Maraisa, Bruno e Marrone, Zé Neto e Cristiano, entre outros grandes nomes do sertanejo, além da faixa Travo, de Paulo Novaes em parceria com a dupla Anavitória, que emplacou 500 mil reproduções em um mês na Tune Traders.

À Exame, Zeca Baleiro disse que resolveu entrar no projeto para compreender melhor o potencial da tecnologia na relação com os fãs e como ela funciona ao explicar que:

“Decidi aceitar o convite porque gosto de ter novas experiências. Como artista independente, me interessa saber da possibilidade de veicular/comercializar minha música por meio das novas ferramentas que o mundo digital oferece. Pude entender um pouco melhor como funciona o processo de tokenização de músicas e isso me abriu os olhos para incrementar a relação com meus fãs, pensar em novos projetos etc.”

Em relação aos tokens não fingíveis (NFTs) musicais, o pioneirismo no Brasil ficou por conta da plataforma  All be Tuned, criada com foco em artistas independentes pela CEO e fundadora da fintech Moeda Semente, Taynaah Reis, que também é cantora e se sagrou como a primeira artista a comercializar direitos autorais em uma plataforma, no Brasil. No caso, os royalties da canção “Tudo Bem”, que foi o pontapé inicial para a adesão de outras músicas, de diversos artistas que integram a plataforma. 

Taynaah Reis contou que a ideia inicial era usar a tecnologia para minimizar os impactos causados pela pandemia  na renda dos artistas por causa da proibição de shows e apresentações. 

“A All BeTuned é uma plataforma e selo web 3.0. Nossa missão é inspirar talentos independentes e organizações a alavancarem suas presenças digitais e construírem novas comunidades”, explicou a CEO da  All be Tuned, que também foi responsável pelos NFTs do Prêmio Multishow e do Nosso Camarote, que levou o sambódromo do Rio, a Marquês de Sapucaí, para o metaverso Decentraland no Carnaval de 2022.

Iniciativa do compositor, roteirista e cineasta Carlos Gayotto, a Tune Traders  permite conectar distribuidoras e associações dentro do ambiente blockchain, fazer divisão de receitas on-chain e realizar pagamentos, possibilitando que investidores possam fazer parte deste ambiente, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

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