A criptomoeda brasileira "Moeda Seeds", criada pela empreendedora Taynaah Reis, foi selecionada pelo programa global da Mastercard, Mastercard Start Path, que tem como objetivo "construir o futuro" das finanças.
A Moeda Seeds, criada em 2017, já arrecadou mais de US$ 90 milhões em duas rodadas de investimento. A startup usa a tecnologia blockchain para facilitar financiamentos a projetos de impacto social, principalmente aqueles liderados por mulheres.
"Nossa prioridade são pessoas desbancarizadas. Eu criei a primeira criptomoeda voltada ao cooperativismo e microcrédito para que as pessoas conseguissem acessar capital de forma mais rápida e mais barata", disse.
Segundo ela, a ideia surgiu por meio da observação do trabalho do pai, funcionário no Ministério da Agricultura e um dos fundadores do Pronaf (Programa Nacional para Agricultura Familiar).
"Ele sempre me levava para visitar cooperativas de agricultores, aldeias, quilombos e eu via as dificuldades deles – em especial os grupos liderados por mulheres -, em obter capital de giro, equipamentos e em ter acesso a crédito e ao capital estrangeiro. Foi pensando nessa perspectiva que construí a Moeda Seeds. Também quando eu era criança via minha mãe passar horas nas filas de bancos para fazer alguma transação, e nesse tempo ela deixava de ficar comigo. Eu dizia que quando crescesse teria um banco em que não seria preciso ficar horas na fila", disse.
A Seeds tem um fundo de investimento de microcréditos, com custo de transações mais barato para que o crédito chegue às pessoas, de forma inclusiva, com pilares de educação.
"Temos um time de 87 pessoas que desenvolve projetos, assessora as pessoas na construção de negócios, produtos e sua comercialização. Nos bancos convencionais os juros médios são de 56% ao ano. O nosso é de pouco mais de 20% e temos programas de benefícios com 12% ao ano. Muitas pessoas têm dificuldade de usar os sistemas dos bancos como abrir conta, usar cartão de crédito, e-token etc. Nosso sistema é bem simples e as pessoas podem, por exemplo, sacar dinheiro na lotérica ou fazer a transação entre pontas (com o comércio e prestadores de serviços locais)", revelou.
Mastercard
O projeto caiu nas graças da Mastercard e foi selecionado para o Start Path. Segundo a gigante de cartões, a iniciativa reúne uma rede diversificada de inovadores, acelerando empresas que buscam mudar o mundo.
No caso do projeto, a Mastercard trabalha intimamente com essas startups por meio de um programa de seis meses, em que podem tirar proveito da tecnologia, experiência e recursos da Mastercard para expandir rapidamente seus negócios.
As startups recebem acesso direto aos canais da empresa, clientes e equipes de produtos, bem como eventos virtuais imersivos e programação para descobrir oportunidades de co-inovação.
“À medida que o cenário fintech evolui a uma velocidade sem precedentes, a Mastercard fornece a infraestrutura e os ativos para ajudar os inovadores fintech a crescer e, por fim, trazer mais pessoas para a economia digital”, disse Amy Neale, vice-presidente sênior, Fintech & Enablers. “As mais novas empresas Start Path representam o futuro da indústria fintech e estão projetando soluções inclusivas que antecipam as necessidades do consumidor - estamos entusiasmados com a parceria com esses inovadores em seu caminho para a escala.”
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