Cointelegraph
Walter BarrosWalter Barros

De olho em um supercomputador, Lula deve assinar decreto voltado ao Plano Brasileiro de IA

Elaborado pelo CCT, PBIA será lançado esta semana durante Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia.

De olho em um supercomputador, Lula deve assinar decreto voltado ao Plano Brasileiro de IA
Notícias

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve publicar na próxima terça-feira (30) um decreto com as diretrizes do governo para a inteligência artificial (IA). Trata-se do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), previsto para ser lançado durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, que acontece nos dias 30, 31 e 1º de agosto.

O PBIA foi elaborado pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), presidido por Lula, a partir de uma solicitação feita em março pelo presidente, que requisitou uma política de IA “genuinamente guarani”. 

Na última terça-feira (23), os membros do CCT se reuniram na sede Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para alinhar as últimas contribuições para o PBIA. A reunião contou com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que, ao lado da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o papel da IA para a indústria e desenvolvimento. 

Segundo Alckmin, a velocidade das mudanças no mundo exige que o Brasil se prepare no tema de IA. 

“Esse é um dos grandes desafios da Inteligência Artificial: como implementá-la, como estimulá-la e como regulá-la. Cabe a universidade, a sociedade civil, o governo e o setor produtivo se debruçarem sobre o tema”, declarou o vice-presidente. 

Para Luciana, a IA é uma ferramenta que tem um impacto gigantesco na revolução tecnológica em que o mundo está passando. 

“Ela [IA] impacta diversas cadeias produtivas em vários aspectos que vai do meio ambiente, a economia, a política e muitas outras vertentes”, enfatizou a ministra.

O PBIA foi construído ao longo de quatro meses e contou com a colaboração do governo federal, setor privado, sociedade civil, academia, além de especialistas em TI, órgãos de regulação e controle. Foram mais de 300 participantes, 117 instituições públicas, privadas e da sociedade civil. Consolidando em 22 documentos recebidos do CCT com 289 propostas. 

Em linhas gerais, o PBIA está dividido em uma primeira fase, com ações de efeito imediato, voltada a políticas públicas, serviços e garantia de direitos, e uma segunda fase, considerada mais audaciosa, com ações estruturantes focadas em alavancar o Brasil no cenário global. 

No segundo caso, são cinco eixos que contemplam: infraestrutura pesquisa e desenvolvimento; formação e qualificação; uso de IA nos serviços públicos e investimentos focados em dados públicos; inovação empresarial e governança e regulamentação. O que inclui a compra de um supercomputador de IA que esteja entre os cinco mais eficientes do mundo em IA.

Na seara do imbróglio da regulamentação da tecnologia, a Meta excluiu o país de sua nova ferramenta de IA para o WhatsApp, Instagram e Facebook, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.