A TecBan, empresa por trás do Banco24Horas, solução financeira adotada por diversas instituições no país, lançou esta semana a plataforma de tokenização Nexchain, ferramenta que também será testada na segunda fase do projeto do Drex, versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), que tem a empresa entre os 16 consórcios participantes.

Apesar do nome, a Nexchain não é uma blockchain própria e sim uma interface entre empresas e diferentes blockchains, voltada à oferta de ativos tokenizados. Foi o que explicou o superintendente executivo de produtos, novos negócios e marketing da TecBan, Tiago Aguiar, ao ressaltar que “a plataforma está disponível para criar, baixar e subir nós na blockchain”, além da custódia de ativos e chaves.

De acordo com Aguiar, a Nexchain, que tem como foco a tokenização de ativos regulados e não regulados, como os de ativos do mundo real (RWA, na sigla em inglês), funciona de maneira análoga ao Banco24Horas, solução física bancária da empresa espalhada por todo o país. Isso porque, segundo ele, a plataforma pretende eliminar a necessidade de as empresas desenvolverem suas próprias equipes de tokenização.

“É mais eficiente se todos puderem se conectar e criar seus nós, enquanto nós fazemos a gestão”, justificou.

O executivo também anunciou o primeiro caso de uso da Nexchain, que acontecerá através de uma parceria com a empresa de pagamentos de benefício social Personal Card. Nesse caso, a Nexchain será usada na liquidação de benefícios escolares em São Paulo (SP).

O que ocorrerá através da distribuição de stablecoins lastreadas ao real por meio de um aplicativo aos estudantes da rede municipal, tokens que estão vinculados à compra de uniformes escolares e que são convertidos em real pela plataforma na hora de pagar os comerciantes.

Segundo a TecBan, a iniciativa vai contemplar 490 mil alunos na compra de uniformes e 519 mil na aquisição de material escolar. O que, na avaliação da empresa, vai baratear o custo da concessão do benefício pela eliminação de intermediários e, ao mesmo tempo, aproveitar a programabilidade da blockchain, já que os tokens são direcionados à compra dos benefícios ofertados, os uniformes e o material escolar.

“Quando você tokeniza o dinheiro, consegue colocar parâmetros, limitando o uso para o que é indicado para o benefício”, explicou a TecBan. 

A empresa acrescentou que a moeda social da Personal Card deve chegar ao mercado em outubro e que lançamento marcará o início de um novo capítulo na história da tokenização de ativos no país. 

No Blockchain.Rio, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, revelou que a instituição se inspirou nos gamers para desenvolver o Pix e o Drex, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.