A TecBan declarou que os testes do Drex já revelam oportunidades de negócios e novos produtos financeiros para o Brasil. A empresa é uma das instituições que fazem parte do projeto-piloto do Drex, moeda brasileira oficial em formato digital, que vai permitir a realização de vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes.
A companhia lidera o consórcio com outras 10 instituições (Banco da Amazonia, Pinbank Brasil, Dinamo, Banco Arbi, Ntokens, ClearSale, Foxbit Servicos, CPQD, AWS e Parfin) e na última sexta-feira (27) fez a sua primeira emissão e transferência interbancária do DREX na nova plataforma de forma simulada, testando as movimentações, por meio do Banco Arbi, entre as seguintes instituições: Bradesco, ABC, Inter e Itaú.
Segundo Luiz Fernando Ribeiro Lopes, gerente de plataformas digitais da TecBan, as primeiras transferências trazem grande aprendizado para as instituições e permitem aprimorar segurança, experiência, além da integração entre as tecnologias e plataformas.
“Os nossos testes já trazem oportunidades de aprimoramento e até desenvolvimento de modelos de negócios para atender às necessidades das instituições que vão operar com o DREX. Como uma empresa de infraestrutura, conseguimos transformar em solução as dores do mercado”, destaca Lopes.
Quem também começou a realizar transações com o Drex foi o BS2. O banco optou por montar três carteiras para viabilizar uma série de testes com os tokens da moeda digital brasileira.
De acordo com a superintendente de Produto Cash do BS2, Stephany Colantonio, o banco já está plenamente capacitado a realizar transferências do ativo tokenizado com outras instituições.
“Nós criamos carteiras próprias para dar agilidade aos testes, mas estamos aptos a fazer transações com os demais participantes do piloto”, afirma Colantonio. “Temos uma veia bastante inovadora e um time capacitado para operar dentro da blockchain, além de sermos super colaborativos dentro do consócio. Em breve, devemos utilizar o nó da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) para transacionar com os demais players”, destaca.
O BS2 é integrante dos testes do projeto piloto do Drex por de um consórcio liderado pela ABBC, que reúne demais instituições financeiras e empresas de outros segmentos. Depois da primeira transação realizada com sucesso, o BS2 está na expectativa dos próximos passos que serão adotados pelo Banco Central (BC).
“Temos particular interesse nos testes dos contratos inteligentes”, afirma Colantonio. Um dos focos de estudo de aplicação da moeda digital brasileira, CBDC, está no desenvolvimento das chamadas contas Escrow. “Elas permitem a liberação de movimentações financeiras apenas se algumas condições forem cumpridas. E isso deverá ser alcançado quando os contratos inteligentes forem criados no sistema do Drex”, explica a executiva.
Banco Central
Recentemente o Banco Central do Brasil (BC) anunciou que novas funções devem ser habilitadas no Pix no próximo ano, entre elas, um recurso de débito automático e integração com o Drex.
Sem dar muitos detalhes sobre a integração, Campos Neto também afirmou que o Pix terá compatibilidade com o Drex, ou seja, as 'moedas digitais' serão integradas, cada uma dentro de sua função, o Pix como forma de pagamento e o Drex como plataforma para tokens e contratos inteligentes.
"O Drex, a moeda digital do Banco Central, também vai interagir com o Pix em algum momento”, disse o presidente do BC.
O Drex tem potencial para levar ao mercado de capitais a inclusão financeira que o Pix trouxe para os serviços de pagamentos, especialmente por parte de pequenas e médias empresas.
Essa é a avaliação do coordenador do Drex no Banco Central, Fabio Araújo, que recentemente participou da live sobre o tema junto com o vice-presidente da AMBIMA Eric Altafim e a jornalista Thais Herédia.
“A estrutura básica está desenvolvida, já foram criados smart contracts para possibilitar a simulação de operações e todos os participantes estão conectados no sistema. Agora começam os testes de privacidade”, explica Araújo.
Para Eric Altafim, a novidade irá possibilitar mudanças exponenciais.
"O Drex poderá funcionar como um potencializador da tokenização, democratizando os investimentos e deixando-os mais baratos e acessíveis", afirma. A expectativa é que nos próximos anos o mercado comece a testar as diversas possibilidades trazidas pela moeda digital.
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