A SMU Investimentos, uma plataforma de crowdfunding de aportes em startups, lançou na última terça-feira (18) o “Estar”, que é uma espécie de “exchange de startups”, termo utilizado pelos representantes da empresa Rodrigo Carneiro, e Diego Perez, respectivamente CEO e Deal Flow da SMU, em um podcast coordenado pela relações públicas da SMU, Marília Mader, no Spotify.
Com a mesma tecnologia da Nasdaq, a “exchange de startups”, que vai usar a rede blockchain Stellar (XLM), é um mercado secundário de tokens de contratos de startups, que chegam ao mercado com características parecidas com uma oferta inicial de moeda (ICO) e, ao mesmo tempo, uma oferta pública inicial (IPO), já que os criptoativos negociados representam os contratos tokenizados das empresas, embora a negociação dos tokens seja direta na plataforma, sem a intermediação que ocorre nas bolsas.
Pelo que foi aprovado no âmbito do sandbox da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no final do ano passado, a plataforma poderá listar até dez companhias, em tokens representativos de cotas de participação de startups, sendo que seis delas são startups que fizeram ofertas dentro da SMU, enquanto quatro são de ofertas de outras plataformas.
“Foi o grande projeto de inovação da SMU, com muito trabalho ao longo de 2021, e que a gente conseguiu, aos 45 do segundo tempo, bem no finalzinho do ano, ter o ‘ok’ definitivo [da CVM]… que vai mudar o mercado, assim como, lá no passado, nós fomos pioneiros no crowdfunding, em modelos de contratos, formato de valuation. Agora o pioneirismo está no mercado secundário, é isso que nós vamos trazer, de demanda de muito tempo, tanto dos empreendedores quanto dos investidores, a possibilidade de negociar seus contratos, seus investimentos, e ter a tão sonhada liquidez”, disse Rodrigo Carneiro.
Diego Perez explicou que o pedido de aprovação do projeto à CVM se baseou em uma regra que já existe, da CVM, que não é a mesma regra do crowdfunding:
“É um ato normativo (461), regulador da CVM, que trata sobre mercados organizados para negociação secundária de valores mobiliários. Isso que dizer que: se você deseja oferecer publicamente um sistema em que as pessoas possam comprar e vender contratos de investimentos, você precisa de uma autorização prévia da CVM. Assim como a gente precisou de uma autorização para lançar a SMU, como plataforma de crowdfunding, a gente também precisou de uma autorização adicional para este projeto, para operar na modalidade de mercado de balcão organizado”, explicou Diego Perez.
Perez também revelou que a própria SMU, que recentemente captou R$ 7 milhões em investimentos, será listada na plataforma.
Ao InfoMoney, a empresa acrescentou que a plataforma não irá funcionar 24 horas por dia, como acontece com o mercado cripto, e sim acompanhar o horário de funcionamento da bolsa brasileira, a B3, com objetivo de trazer " segurança ao mercado."
Em outra aplicação para os criptoativos, o banco Santander iniciou os testes de um sistema de tokenização de transferências de carros usados e imóveis, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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