Em audiência de instrução e julgamento, a Justiça do Rio, pela 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado, ouviu na última quarta-feira (4) o depoimento de mais duas testemunhas de acusação do processo contra as operações comandadas por Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, acusado de liderar um esquema baseado em criptomoedas, que teria lesado os investidores em até R$ 10 bilhões.
Um dos depoimentos foi de uma jornalista que sofreu ameaças após a produção de uma reportagem para o Fantástico, veiculada em 2021, quando o esquema ganhou repercussão nacional. Na época, Glaidson, que acabou preso na Operação Kryptos, disse, em um telefonema interceptado pela Polícia Federal (PF), para um segurança “pegar e amarrar” a repórter.
Além da jornalista, a Justiça também ouviu o testemunho de um eletricista que publicava vídeos denunciando a empresa GAS Consultoria, que servia como a principal base para a atuação do grupo comandado pelo Faraó dos Bitcoins.
Ao todo, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou 17 pessoas, cinco delas pelos mesmos crimes imputados a Glaidson. Nesse caso, três acusados participaram da audiência e dois foram representados por advogados.
Glaidson, por sua vez, participaria por videoconferência, o que não aconteceu sob a alegação da representação dele de falta de testemunhas. A terceira audiência está marcada para o próximo dia 16 de outubro.
As audiências para ouvir testemunhas começaram no final de julho, quando, em outra frente, o Faraó dos Bitcoins teve um recurso negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes relacionado à tentativa de recuperar a posse de aparelhos eletrônico apreendidos do dono da GAS Consultoria, que prometia lucros mensais de 10%, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.