Julho foi interessante para os mercados de criptomoedas, o bitcoin fechou em alta de 16,9%, e fechou o mês acima de US$ 23.000, bem acima do nível crítico de US$ 20.000. Isso aliviou um pouco a pressão, e os traders voltam a ficar um pouco mais otimistas.

Acompanhar as mudanças de preços de curto prazo é importante, no entanto, pode nos levar a perder de vista o quadro geral. E um dos elementos desse grande quadro é como os governos regulam a criptomoeda e a blockchain.

Alguns governos, como Bolívia, Bahrein e Argélia, têm restrições em torno das criptomoedas, como por exemplo, dificultar o negócio dos bancos com criptomoedas ou proibir a criação de exchanges de criptomoedas. Outros países baniram completamente as criptomoedas - Egito, Iraque e Tunísia, por exemplo.

A maioria dos 42 países que têm restrições contra criptomoedas são jogadores secundários nos mercados financeiros - a única exceção talvez seja a China.

A China baniu criptomoedas em diferentes fases. Primeiro, proibiu as instituições financeiras de se envolverem em transações de criptomoedas e, em seguida, proibiu a mineração de criptomoedas, apenas para proibir a criptomoeda alguns meses depois.

No entanto, esta proibição deve ser tomada com um grão de sal. Pesquisadores estimam que, antes da proibição de mineração de criptomoedas em 2021, 75% da taxa de hash do bitcoin era originária da China.

Esse número caiu para quase zero meses após a proibição, mas a China é agora a segunda maior mineradora de bitcoin do mundo, sugerindo uma forte atividade subterrânea.

Bitcoin ganhou o mundo

No entanto, a maioria dos países tem uma posição favorável em relação às criptomoedas. Nos Estados Unidos, a ordem executiva de Biden foi equilibrada e a Casa Branca chegou a afirmar que os “Estados Unidos devem manter a liderança tecnológica neste espaço em rápido crescimento, apoiando a inovação e mitigando os riscos”.

No Brasil, um projeto de lei que pretende regular as criptomoedas foi bem recebido pelo ecossistema, embora tenha algumas lacunas importantes. A Suíça tem uma regulamentação acolhedora para cripto e blockchain, e seu regulador do mercado financeiro, FINMA, foi um dos primeiros do mundo a emitir um método oficial de classificação de tokens.

E, claro, há o famoso caso de El Salvador, que transformou o bitcoin em sua moeda oficial.

“A regulamentação em torno da criptomoeda é favorável em todo o mundo. A maioria dos países que têm restrições ou criptos banidos são regimes totalitários ou pequenos players nos mercados financeiros globais. Crypto é uma classe de ativos consolidada e é levada a sério pela maioria das principais economias do mundo. Normalmente, a inovação nos mercados financeiros precede a regulamentação, e as criptomoedas seguem o mesmo caminho. É apenas uma questão de tempo até que a criptomoeda esteja totalmente integrada aos mercados financeiros tradicionais”, diz David Gobaud, fundador e CEO da Passfolio

Mesmo que o bitcoin esteja passando por um de seus piores momentos de baixa, sua evolução é palpável. A criptomoeda foi criada em 2009, e apenas 13 anos depois é uma indústria de trilhões de dólares, com forte atividade varejista e institucional.

Os capitalistas de risco continuam a investir seu dinheiro, e os reguladores estão trabalhando duro para criar uma legislação que proteja os investidores sem restringir a inovação. No geral, há muitas razões para ser otimista em relação às criptomoedas.

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Este artigo contou com a colaboração da Passfólio. Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.