O Real Digital do Banco Central do Brasil (BC) pode funcionar para realizar pagamentos dual-offline, ou seja, tanto pagador e recebedor sem conexão com internet, por meio de uma solução apresentada pela Giesecke+Devrient e que envolve a utilização de um eCard, um cartão físico que funciona como uma wallet para o Real Digital.

Segundo o executivo da empresa, Severino Sequeira, a solução funciona como um cartão que pode ser carregado com Real Digital e utilizado para pagar por produtos e serviços sem a necessidade da internet. Sequeira apresentou o projeto durante o LIFT Day realizado pelo BC.

Na solução apresentada por Sequeira o usuário pode ter um eCard que pode receber depósitos em Real Digital. Para depositar o usuário aproxima o cartão do device que possui uma conta do Real Digital, como um celular, e então ele digita o valor e faz a transferência para o eCard. 

Para fazer pagamentos o uso é o mesmo, sendo necessário apenas aproximar o cartão do device que irá realizar o recebimento, não sendo necessário que o device esteja conectado com a internet. O valor no eCard, disponível para pagamentos offline, também pode ser transferido para uma conta online do Real Digital.

"Para garantir a segurança do cartão há diversas camadas de segurança, inclusive podemos adotar sistemas de segurança usadas na impressão de notas para a impressão do cartão, certificando cartões como sendo o 'eCard' oficial do governo", destacou o executivo.

Real Digital

Recentemente a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou a formação de um grupo de trabalho para colaborar com o Banco Central em questões relacionadas ao desenvolvimento do projeto-piloto do Real Digital.

Segundo o que informou a entidade, serão 15 participantes de bancos associados à Febraban. O grupo de trabalho terá como foco questões como debates técnicos, segurança, resiliência, interoperabilidade e escalabilidade do Real Digital. 

Na avaliação do diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain, “em um primeiro momento o Real Digital provavelmente terá mais aplicabilidade para a pessoa jurídica. Não será utilizado em larga escala por pessoas físicas.”

“O mercado ainda vai se desenvolver. O que estamos construindo é uma infraestrutura que permita a tokenização desses depósitos. E a partir daí, você abre um leque de oportunidades para outros produtos e serviços no sistema financeiro”, explicou. 

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