A idwall anunciou o Ranking de Onboarding 2022, com dados sobre o mercado financeiro brasileiro, abrangendo a experiência dos usuários nos processos de cadastro e abertura de conta, e os avanços no movimento de bancarização da população.

Em sua 5ª edição, a pesquisa foi realizada pela idwall em parceria com o Cadarn Consultoria, avaliando 23 instituições financeiras.

“Essa é a maior edição que já realizamos em volume de dados e complexidade das análises, foram mais de 2 mil participantes avaliando as instituições financeiras mais expressivas do mercado brasileiro. Estamos muito confiantes em trazer esses insights e sabemos quão valiosas são essas informações acerca da eficiência dos processos e da confiabilidade dos usuários”, comenta Rafael D’Ávila, Chief Revenue Officer da idwall.

Entre os principais dados no relatório do Ranking de Onboarding, está o crescimento significativo do vínculo financeiro do brasileiro, com o número de contas bancárias ultrapassando a marca de 1 bilhão, fazendo com que o Brasil esteja entre os países mais bancarizados e com a maior digitalização financeira do mundo.

Além disso, o relatório destaca que o número de contas por pessoa que vem aumentando nos últimos anos, com um salto de 3,5 em 2020, para 5,2 em 2022.

Já a proporção de pessoas com contas em bancos tradicionais e digitais que, em 2022, chegou a um inédito equilíbrio, sendo 13,5% relacionados a bancos digitais, e 13,7% a bancos tradicionais. Em 2021, a porcentagem era de 13,0% e 22,4%, respectivamente - a proporção dos usuários que têm conta nos dois tipos de instituições segue aumentando desde 2019, chegando a 72,8% em 2022.

Segundo o estudo, dentre os métodos considerados mais seguros para a maioria dos usuários, na classificação alta ou muito alta de segurança, estão a autenticação digital (80,5%) e a autenticação facial (73,6%).

“A autenticação digital ou facial são exemplos de etapas de segurança robustas no processo de cadastro e demais transações. Esse processo envolve não só a verificação, mas todo gerenciamento de dados, e busca trazer confiabilidade através da tecnologia, de maneira eficiente para as instituições e funcional para os usuários. Esse é o futuro do mercado financeiro”, completa o CRO.

Conforme o presidente do Banco Central o Brasil (BC), Roberto Campos Neto, o aumento do índice de bancarização do brasileiro está ligado ao lançamento de ferramentas de pagamento em tempo real e digitalização da economia no país, como o PIX.

Durante evento organizado pela LIDE em Londres, Campos Neto afirmou que a curva de bancarização da população apresenta um grande salto com o lançamento do PIX.

"Com a tecnologia nos vemos o maior movimento de inclusão financeira dos últimos tempos. Olhando o gráfico de adoção do Pix podemos ver o crescimento da bancarização seguindo a adoção do sistema de pagamento em tempo real. A medida que o Pix passou a funcionar, as pessoas passaram a ter acesso a bancarização com cerca de 9 milhões de contas abertas desde então", disse.

Segundo Campos Neto, o Pix foi amplamente adotado no Brasil e até mesmo pessoas que trabalham nos semáforos, seja vendendo algo ou pedindo ajuda, aceitam Pix.

"Em tartarugalzinho, no Amapá, a transformação causada pelo Pix foi enorme. Na cidade não tinha banco e tudo que as pessoas tinham que fazer com relação ao sistema financeiro era necessário ir para outra cidade, no entanto, após a implementação do Pix, tudo é feito na cidade usando o sistema", destacou.

Pix abre caminho para o Real Digital

Outro estudo realizado pela a ACI Worldwide revelou que o Pix impulsionou de tal forma o sistema de pagamentos em tempo real no Brasil que a nação superou a China e ficou O em terceiro lugar no mercado de RTP (Pagamentos em tempo real, na tradução livre) que mais cresceu em 2022, com um crescimento anual de 228,9%.

Além disso, o Pix elevou o país ao segundo lugar no mundo em transações, com 29,2 bilhões em 2022, representando 15% de todas as transações globais em tempo real.

“Os países no topo da nossa tabela de classificação – Bahrein, Brasil e Tailândia – são todos facilitadores relativamente recentes de pagamentos em tempo real. Colaboração da indústria e mandatos governamentais, ampla adoção de comerciantes, forte reconhecimento de marca para um esquema e serviços relacionados, como carteiras digitais, forneceram a combinação perfeita para um forte crescimento nesses mercados”, disse Craig Ramsey, diretor global de pagamentos em tempo real e serviços bancários da ACI Worldwide.

Para Campos Neto o Pix e o Open Finance são parte da agenda de inovação do sistema financeiro nacional e abrem caminho para o Real Digital que irá habilitar um amplo mercado de dinheiro programável, DeFi e contratos inteligentes no Brasil.

"O Real Digital que é uma inovação. O Brasil é um dos primeiros países do mundo a ter esta inovação. Já começamos os testes e temos alguns projetos em relação ao seu funcionamento", disse durante o evento do LIDE.

Em linha com as falas de Campos Neto, Luiz Fernando Maluf, diretor de Banking, Financial Services & Insurance (BFSI) da dataRain, acredita que o desenvolvimento e adoção do Real Digital entre a população será ainda maior que o Pix.

“Há fortes indícios de que a adoção do Real Digital ocorrerá numa velocidade ainda maior que aquela verificada quando da implementação do Pix, e resultará em novos modelos de negócios para as instituições financeiras e para os consumidores em vários segmentos da economia”, disse Maluf.

Participando ativamente do processo de desenvolvimento do Real Digital no Brasil, o Banco Capitual, um dos selecionados pelo Lift Chanlanger para desenvolver uma prova de conceito para a CBDC nacional, destacou que as moedas digitais permitirão operações com menor custo e são a ponte para conectar diferentes economias internacionais de forma mais barata, rápida e fácil.

“As moedas digitais possibilitarão pagamentos instantâneos e redução do número de intermediários no processo, diminuindo o custo das transações financeiras”, afirmou Jefrey Santos, cofundador e CTO do Capitual. 

Segundo eles, as CBDCs abrem portas para uma economia global, permitindo inclusive o acesso de pessoas hoje desbancarizadas no sistema. Calcula-se que cerca de 1,4 bilhão de adultos no mundo não têm hoje conta bancária, cartão de crédito e débito.

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