A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã da última terça-feira (27) a segunda fase da Operação Fantasos, com objetivo de combater a prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas.
De acordo com informações da PF, os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais de investigados, localizados nas cidades fluminenses do Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis e Duque de Caxias. Além das ordens judiciais em questão, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores até o montante de R$ 1,5 bilhão.
O principal investigado, Douver Braga, foi apontado como articulador de um esquema fraudulento internacional do tipo Ponzi (pirâmide financeira), por meio de uma empresa que arrecadou mais de 295 milhões de dólares entre dezembro de 2016 e maio de 2018, lesando milhares de investidores ao redor do mundo.
A primeira fase da operação foi deflagrada em 30 de abril deste ano e teve como resultado a apreensão de diversos bens que se encontravam na posse do grupo investigado, como 130 imóveis de luxo, embarcações, veículos de luxo, relógios, joias, dinheiro em espécie, criptomoedas, entre outros. Os alvos das ordens judiciais que são cumpridas na deflagração dessa semana foram identificados ao longo das apurações decorrentes da primeira fase da Operação Fantasos.
As investigações contaram com o apoio das agências estadunidenses FBI (Federal Bureau of Investigation), HSI (Homeland Security Investigations) e IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation). A ação de hoje visa a coleta de provas para reforçar a investigação, a identificação de outros envolvidos no esquema criminoso e a recuperação de bens e ativos adquiridos com o proveito dos crimes.
Dono da Trade Coin Club, plataforma de negociação de criptomoedas lançada em 2016, Douver Braga teve a prisão anunciada em fevereiro pelo Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos, após ter sido preso na Suíça, de onde ele foi extraditado.
O brasileiro de Petrópolis responde a 13 acusações relacionadas a um suposto esquema de pirâmide baseado em criptomoedas de mais de US$ 290 milhões.
Segundo o procurador interino dos EUA Teal Luthy Miller, o brasileiro de 48 anos morou na Flórida entre aproximadamente 2016 e 2021 durante a maior parte da suposta fraude. A acusação alega que Braga operou um esquema de investimento em Bitcoin que era, na verdade, um esquema Ponzi, bem como um esquema ilegal de marketing multinível.
Este mês, a PF também realizou as operações Cryptoscam e Wet Cleaning para desarticular dois esquemas envolvendo criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.