A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou na última quarta-feira (23) uma operação contra um grupo suspeito de formar uma quadrilha acusada de promover um Esquema Ponzi (pirâmide financeira) envolvendo criptomoedas responsável por causar um prejuízo avaliado em R$ 30 milhões. Um dos três investigados foi preso na ação, outros dois estariam foragidos no Canadá segundo as informações da PCPR, que informou ter solicitado a inclusão dos mandados na lista de difusão vermelha da Interpol para concretizar as prisões.
Além dos mandados de prisão, a polícia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na operação, que aconteceu simultaneamente em Curitiba (PR) e Criciúma (SC). De acordo com as investigações, os acusados usavam o dinheiro investido pelas vítimas e não repassavam a rentabilidade dos valores a elas.
Em uma reportagem da RPC Curitiba e do G1 PR, o delegado Guilherme Dias, da Delegacia de Estelionato de Curitiba, afirmou que:
Nenhum centavo deste valor foi investido na bolsa de valores pela empresa, porque essa empresa não tinha autorização para operar no mercado de valores imobiliários. E nós temos indícios de que estes valores, na verdade, eram transferidos para os sócios, que usufruíam desse dinheiro, e o restante era encaminhado para retroalimentar a pirâmide.
A advogada de defesa do sócio preso disse que só iria se manifestar após ter acesso às investigações.
Segundo informações as quais a PRC teve acesso, as vítimas faziam aplicações altas, que variavam entre R$ 100 mil e R$ 300 mil. Um delas mostrou uma troca de mensagens entre ela e a empresa, em julho de 2021. Na ocasião, ela exigiu a definição de uma data para recebimento do investimento e obteve como resposta um pedido de mais prazo, mas sem a empresa definir quanto tempo.
Em novas conversas no início do mês seguinte, quando o contrato da vítima já teria vencido, a resposta foi que até do dia 19 de agosto, uma quinta-feira, a data de pagamento seria informada via e-mail, o que não teria se concretizado. De acordo com a PCPR, a vítima, cuja identidade não foi revelada, teve um prejuízo de mais de R$ 100 mil.
As vítimas da empresa paranaense para receber seus investimentos pode estar apenas começando, uma vez que, provavelmente os casos deverão ir parar nos tribunais. Foi o que aconteceu com os ex-clientes da GAS Consultoria, empresa localizada na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. A pirâmide financeira, que deflagrou a Operação Kryptos, responsável pela prisão do “Faraó dos Bitcoins”, também já rendeu uma enxurrada de processos. Em um deles, movido na 2ª Vara Empresarial da Capital, a Justiça determinou o arresto de bens do ‘Faraó do Bitcoins’, de Mirelis e da GAS Consultoria para ressarcimento de ex-clientes, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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