Resumo da notícia:
A Oranje BTC se prepara para estrear na B3 em outubro como a segunda "Bitcoin Treasury Company" brasileira, com reservas de 3.650 BTC (R$ 2 bilhões).
A empresa possui seis vezes mais Bitcoin que sua concorrente brasileira, o Méliuz, e chegará ao mercado como uma das 30 maiores empresas globais do setor.
O lançamento ocorre em momento desafiador para o modelo de "Bitcoin Treasury Companies", com empresas do setor enfrentando pressão no mercado de ações, incluindo a pioneira Strategy.
Segunda “Bitcoin Treasury Company” brasileira, a Oranje BTC prepara a sua estreia na B3 para o início de outubro com uma reserva inicial de 3.650 BTC, equivalentes a mais de R$ 2 bilhões. O tesouro da nova companhia supera em seis vezes o Bitcoin (BTC) acumulado pelo Méliuz, sua principal e até agora única concorrente.
Além de se tornar a maior empresa de tesouraria de Bitcoin do Brasil e da América Latina, a Oranje BTC chegará ao mercado como uma das 30 maiores empresas do setor, de acordo com dados da Bitcoin Treasuries.
Liderada por Guilherme Gomes, ex-presidente da Swan Bitcoin, uma plataforma “Bitcoin only” de custódia e aquisição automatizada de BTC, e ex-Bridgewater Associates, gestora fundada por Ray Dalio, a Oranje atraiu nomes de peso para sua rodada inicial de capitalização, segundo reportagem do Brazil Journal. Entre eles, os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, investidores iniciais do Facebook e fundadores da exchange de criptomoedas Gemini, o pioneiro do Bitcoin Adam Back e Ricardo Salinas, controlador do Banco Azteca que afirma manter 70% do seu patrimônio em BTC.
As gestoras Paradigm e Off Chain Capital também fazem parte do grupo de investidores da Oranje BTC. O conselho da nova companhia contará com Eric Weiss, fundador do Blockchain Investment Group e conselheiro de Michael Saylor, da Strategy — a empresa pioneira do setor, que detém mais de US$ 72 bilhões em Bitcoin.
“Bitcoin Treasury Companies” estão sob pressão
O plano de negócios da Oranje prevê um retorno estimado de 45% em BTC no primeiro ano de operação, caso as metas de acumulação e valorização sejam atingidas. A empresa também aposta no crescimento global da adoção do Bitcoin, que gira em torno de 3%.
No entanto, a chegada da Oranje à B3 ocorre em um momento em que o modelo das ‘Bitcoin Treasury Companies’ enfrenta desafios.
No Brasil, as ações do Méliuz caíram 17,6% em agosto, justamente quando o índice Ibovespa atingiu uma nova máxima histórica. Em setembro, a CASH3 manteve a tendência de baixa, com perdas adicionais de 12%, de acordo com dados do Google Finance.
Até mesmo a Strategy encontra-se sob pressão. As ações da empresa caíram 16,7% em agosto, à medida que as compras sucessivas de Bitcoin pressionaram negativamente o valor de mercado da Strategy em relação às suas reservas em BTC.
Apesar do cenário incerto, Gomes mantém o otimismo, destacando o ineditismo do modelo de negócios de sua empresa no mercado regional:
“Vamos trazer para a América Latina a primeira empresa listada 100% focada em Bitcoin. Nosso objetivo é acumular o maior balanço possível em Bitcoins e dar atenção especial à educação dos investidores.”
O executivo ressaltou que as “Bitcoin Treasury Companies” são um fenômeno recente, cujos modelos de negócios ainda estão sendo testados. Apesar disso, Gomes acredita que elas são parte de um fenômeno irreversível de “bitcoinização” das finanças:
“O próprio Michael Saylor disse recentemente que esse modelo de investimento começou efetivamente em novembro do ano passado. Veremos em breve bancos e seguradoras fazerem o mesmo. É o começo de uma nova indústria. Em toda a América Latina, não há até hoje nenhuma empresa 100% focada nisso.”
Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, o lançamento das ações da Oranje BTC na B3 ocorrerá por meio de um IPO reverso. A empresa adquiriu o Integraus, cursinho pré-vestibular do grupo educacional Bioma Educação, que recentemente recebeu autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para emitir ações na bolsa brasileira.
A fusão entre a Oranje BTC e o Integraus ainda depende da aprovação dos conselhos das companhias e do aval dos reguladores. Gomes garante que o processo será concluído nos próximos dias:
“Estamos cumprindo as etapas formais para tocar o sino na B3 em algum momento nos primeiros dez dias de outubro.”
A expertise do Integraus será utilizada para o desenvolvimento de uma plataforma de educação financeira com foco no mercado de criptomoedas.