Recumo da notícia:

  • Méliuz acumula 2.668%, mas tenta recuperção de 60% em relação à máxima do CASH3.

  • Balanço favorável rema a favor do programa.

  • Aquisições se limtam a 10% e estão em conformidade com a CVM.

Com as ações em alta de 4,72% na tarde desta quarta-feira (8), o Méliuz (B3: CASH3) anunciou um programa de recompra de ações da tesouraria de Bitcoin (BTC) brasileira.

O CASH3 era negociado a R$ 4,43 no momento desta edição, 60% abaixo do pico histórico de R$ 10,55, alcançado em maio. Apesar disso o ticker das ações do Méliuz acumulava alta anual de 66,54% e valorização histórica de 2.668%.

Gráfico histórico do CASH3/BRL. Fonte: Google/B3.

A iniciativa da fintech mineira que se tornou a primeira tesouraria do país deve acirrar a disputa com a OranjeBTC S.A. (B3: OBTC3), que estreou na Bolsa de Valores do Brasil na última terça-feira (7) como a primeira empresa 100% voltada ao Bitcoin na América Latina.

Em agosto, o Méliuz também chegou aos Estados Unidos, por meio de uma parceria com o JPMorgan. Isso porque o gigante bancário passou a ser responsável pelo  MLIZY, um American Depositary Receipts (ADRs) da tesouraria de Bitcoin brasileira listado no OTCQX Markets, considerado o mercado de balcão (OTC) de nível mais alto daquele país.

O Méliuz revelou que a aprovação do programa de recompra pelo Conselho de Administração da Companhia levou em conta fatores como o valor de mercado dos 604,69 Bitcoins da empresa, quase R$ 400 milhões, e outros R$ 71,5 milhões em caixa do Méliuz, de acordo com resultado divulgado referente ao segundo trimestre de 2025.

A favor da decisão também pesou o business operacional, no acumulado de 12 meses do final do segundo trimestre. Nesse período, a empresa gerou R$ 75,6 milhões em Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (EBITDA, na sigla em inglês) e R$ 47,9 milhões de lucro líquido. Além disso, o Méliuz observou que a Companhia não possui endividamento e que o valor de mercado atual da empresa é de aproximadamente R$ 479,0 milhões.

Sobre as diretrizes do programa, o Méliuz informou:

  • Objetivo e efeitos econômicos: o Programa de Recompra visa maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da sua alocação de capital, considerando o potencial de rentabilidade de suas ações, de forma a proporcionar maiores retornos futuros para seus acionistas. Com relação a seus efeitos econômicos, o Programa de Recompra poderá proporcionar aos acionistas um eventual aumento do percentual de participação na Companhia e, com isso, um aumento do número de Bitcoin por ação, na hipótese de cancelamento das ações a serem mantidas em tesouraria.

  • Quantidade máxima de ações a serem adquiridas: até 9.131.725 ações ordinárias, representativas de até 10% das ações em circulação da Companhia.

  • Quantidade de ações em circulação no mercado e em tesouraria: encontram-se em circulação no mercado, de acordo com a definição dada pelo artigo 1º, parágrafo único, item I da Resolução CVM nº 77/2022: 91.317.251 ações. A Companhia, atualmente, não possui ações em tesouraria.

  • Preço e modo de aquisição: as aquisições decorrentes do Programa de Recompra serão realizadas em ambiente de bolsa, na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, à conveniência da Companhia. Também está autorizada, no âmbito do Programa de Recompra, a possibilidade de uso de contratos de derivativos referenciados em ações da Companhia, com contrapartes a serem definidas pela Administração da Companhia.

  • Impactos sobre a composição societária ou da estrutura administrativa: o Programa de Recompra não resultará em impactos sobre a composição societária ou estrutura administrativa da Companhia.

  • Prazo máximo para aquisição de ações: até 18 meses, a contar da data de aprovação do Programa de Recompra pelo Conselho de Administração (8 de outubro de 2025 a 8 de abril de 2027), cabendo à Diretoria Executiva definir as datas em que a recompra será efetivamente executada.

  • Instituições financeiras intermediárias: Itaú Corretora de Valores S.A. e BTG Pactual CTVM S.A.

  • Recursos disponíveis: as aquisições poderão ser realizadas futuramente com reservas de lucros ou de capital que venham a ser constituídas, à medida que o saldo aumente, em conformidade com o disposto no art. 8º, § 1º, da Resolução CVM nº 77/2022.

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O Conselho de Administração da Companhia acrescentou que o programa de recompra não acarretará qualquer prejuízo ao cumprimento das obrigações assumidas junto a credores, tampouco comprometerá o resultado financeiro da Companhia.

O Méliuz informou ainda que as demais informações sobre o programa de recompra, exigidas nos termos do Anexo G da Resolução CVM 80, encontram-se descritas no Anexo I da Ata de Reunião do Conselho de Administração realizada em 7 de outubro de 2025. A Companhia também se comprometeu a manter seus acionistas e o mercado em geral informados sobre atualizações no que diz respeito ao programa de recompra.

Em setembro, o Méliuz também anunciou a adoção de uma estratégia de derivativos de venda de opções garantidas por caixa (cash secured put) sobre suas reservas de Bitcoin, com o objetivo de gerar rendimento incremental (“Bitcoin Yield”) para a empresa e seus acionistas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.