Resumo da notícia:
O Banco Central recebeu duas propostas formais de países estrangeiros para integrar seus sistemas de pagamentos ao Pix.
As propostas serão avaliadas pela diretoria do BC, com possível inclusão na agenda de inovação em 2026.
Pix ganhará novos recursos em breve, incluindo o Pix em Garantia, para tomada de empréstimos, e o Pix off-line.
Sistema de pagamentos reconhecido internacionalmente por sua eficiência e custo zero para o usuário final, o Pix vem despertando o interesse de países estrangeiros não apenas como um modelo a ser seguido, mas também como base para criação de uma plataforma para viabilizar operações financeiras transfronteiriças.
Recentemente, o Banco Central (BC) recebeu duas propostas formais de países estrangeiros que desejam integrar seus sistemas de pagamentos ao Pix, segundo a coluna Broadcast do Estado de São Paulo. Os países não foram revelados.
Diversos países manifestaram anteriormente interesse em se conectar ao sistema de pagamentos do país. No entanto, as propostas apresentadas agora representam um avanço por proporem medidas concretas de implementação e cronogramas de execução definidos.
As solicitações para internacionalização da ferramenta serão encaminhadas à diretoria colegiada do BC para avaliação formal. Caberá à diretoria do BC decidir se aprova os pedidos e inclui o projeto em sua agenda de inovação a partir de 2026.
No entanto, a avaliação interna é que a integração do Pix a sistemas de pagamentos estrangeiros enfrenta desafios técnicos e financeiros. O BC pretende aguardar a divulgação dos planos estratégicos dos Estados Unidos e da União Europeia para o setor de pagamentos antes de investir recursos na internacionalização do Pix.
Além disso, entende-se que o processo poderia se sobrepor a pontos prioritários da agenda, ainda que sua implementação prática não venha a ser imediata.
A agenda de inovação do BC para o biênio 2025 e 2026 prevê o desenvolvimento de novas funcionalidades para o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro.
O Pix Parcelado, cujas regras serão divulgadas pelo BC ainda neste mês, permitirá compras a prazo via operações de crédito. Embora alguns bancos e fintechs já ofereçam soluções similares por conta própria, a versão oficial regulamentada será lançada até o fim do ano.
O Pix em Garantia, cuja implementação deverá ocorrer entre 2026 e 2027, possibilitará que empresas usem recebíveis de Pix como garantia para tomada de empréstimos. O BC também está desenvolvendo um sistema para viabilizar pagamento off-line por meio de QR Codes.
Em paralelo, o BC está implementando medidas emergenciais para reforçar a segurança do sistema, incluindo o bloqueio de chaves usadas em fraudes e a limitação de valores para operações em instituições não autorizadas.
Ataques bilionários colocam segurança do Pix como prioridade máxima do BC
A segurança entrou para a lista de prioridades do BC para 2026 após uma sequência de ataques ter evidenciado as vulnerabilidades do Pix.
Em um intervalo de um mês entre agosto e setembro, empresas que prestam serviços de infraestrutura ao sistema de pagamentos instantâneos foram alvo de ataques que causaram prejuízos superiores a US$ 1 bilhão.
Com isso, outros pontos da agenda de inovação, como o Drex — a moeda digital de banco central (CBDC) do Brasil —, ficarão momentaneamente em segundo plano, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil.
Na frente de regulação, o BC dará especial atenção ao mercado de criptomoedas, com a divulgação das normas operacionais para Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (PSAVs) e a definição de regras para operações envolvendo stablecoins.