A militante de extrema-direita Sara Geromini, que adota o nome político Sara Winter, presa nesta semana pela Polícia Federal em Brasília (DF), recebeu uma carteira de Bitcoin de um youtuber conservador em 2017, segundo uma publicação na página oficial dela no Facebook. A informação é do Livecoins.

Geromini, que já fez parte do grupo feminista Femen, entrou para as manchetes brasileiras nos últimos meses por comandar um grupo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro chamado de 300 do Brasil, que reúne algumas dezenas de ativistas pregando golpe militar e fechamento do congresso e do Supremo Tribunal Federal.

O grupo ficou acampado por meses na esplanada dos ministérios, e a própria Sara Geromini admitiu que havia integrantes armados entre eles "por segurança".

Alvo de um mandado de busca e apreensão na semana passada, Geromini ameaçou "quebrar a cara" do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e descobrir "tudo" sobre a vida do magistrado para torná-la um inferno.

No último domingo, o 300 do Brasil teve o acampamento desmontado a mando do Governo do Distrito Federal e, em represália, jogou rojões contra o prédio do STF.

Na segunda-feira, Alexandre de Moraes decretou a prisão de Geromini e outros integrantes do bando a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Em um post do Facebook em 2017, Geromini aparece ao lado de Raphael Lima, do canal de direita Ideias Radicais. Ela comemora ter ganhado uma carteira de Bitcoin da exchange brasileira Foxbit:

“Além de conseguir ter um diálogo saudável com liberais e libertários, voltei com um presente inusitado: uma carteira de Bitcoins (moeda virtual que é o maior terror do Estado e que permite transações livres entre pessoas sem impostos e outras taxas)”

Na época da publicação, o BTC valia, em exchanges internacionais, cerca de US$ 1.047, quase nove vezes menos do que hoje.

O encontro entre Geromini e Raphael Lima aconteceu no contexto do Summer School Mises Brasil, promovido pelo Instituto Mises Brasil, que se define como um "think-tank ultra liberal brasileiro".

O nome político Sara Winter homenageia uma espiã nazista da Segunda Guerra Mundial.

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