Maior empresa de comércio eletrônico da América Latina, o Mercado Livre aumentou sua exposição ao Bitcoin (BTC) no primeiro trimestre deste ano com a compra de 157,7 BTC, conforme o balanço patrimonial da empresa registrado junto à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).

Dados do site Bitcoin Treasuries, que rastreia as participações de empresas que possuem a criptomoeda em seu tesouro, informam que os 157,7 BTC foram adquiridos ao custo de  US$ 82.381 por unidade, totalizando um investimento de US$ 13 milhões.

Somados aos 412,7 BTC adquiridos em 2021, as participações totais da empresa atingem 570,4 BTC, equivalentes a aproximadamente US$ 59 milhões ao preço atual de mercado. Após a nova aquisição, o Mercado Livre ocupa a 33ª posição no ranking de empresas públicas que mantém Bitcoin em caixa.

Participações de Bitcoin do Mercado Livre. Fonte: Bitcoin Treasuries

Com um custo médio de US$ 38.569, as participações em Bitcoin do Mercado Livre acumulam ganhos de 167%, segundo o Bitcoin Treasuries.

Além do Bitcoin, o Mercado Livre detém 3.050 Ether (ETH) em seu tesouro, adquiridos em 2021.

Mercado Livre e as criptomoedas

O Mercado Livre tornou-se a primeira empresa pública da América Latina a investir em criptomoedas no primeiro trimestre de 2021, quando anunciou a compra de US$ 7,8 milhões em Bitcoin.

Naquele mesmo ano, em agosto, o Mercado Livre passou a oferecer o serviço de compra e venda de criptomoedas no Brasil, por meio de seu aplicativo de carteira digital, o Mercado Pago.

Em 2022, a empresa adquiriu uma participação no grupo 2TM, controlador do Mercado Bitcoin, a maior exchange de criptomoedas do Brasil, e lançou sua própria criptomoeda, a Meli Coin.

Em setembro de 2023, a empresa informou à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA que custodiava US$ 21 milhões em criptomoedas pertencentes a clientes do Mercado Pago na América Latina.

Além disso, Marcos Galperin, fundador e CEO do Mercado Livre, participou individualmente da rodada de financiamento de série B da exchange de criptomoedas Ripio, liderada pelo Digital Currency Group (DCG).

Investidor de Bitcoin desde 2013, Galperin afirma que o Bitcoin é um antídoto contra o endividamento crescente dos governos e a expansão monetária dos bancos centrais das principais economias do mundo, além de oferecer garantias de liberdade financeira e individual para os cidadãos:

"Quando observamos os déficits fiscais que existem em todos os governos do mundo, o fato de existir uma moeda que os governos não podem desvalorizar, como o Bitcoin, para mim, é algo absolutamente fundamental. Acredito também que é uma moeda que garante liberdades aos cidadãos, independentemente dos governos."

No final do ano passado, Galperin reafirmou sua confiança de que “as criptomoedas terão um papel muito importante no futuro das finanças", conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil.