O Mercado Livre, o maior e-Commerce da América Latina, anunciou hoje, 02 de dezembro, durante uma conferência de imprensa, que depois de integrar a compra de Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e USDP no Mercado Pago, deve permitir o uso de criptomoedas para pagamento de todos os produtos comercializados na plataforma.
O anúncio foi feito por Oswaldo Gimenez, CEO do Mercado Pago, e por Túlio Oliveira, Vice-presidente do Mercado Pago Brasil.
Segundo os executivos, a entrada do Mercado Livre no universo das criptomoedas vem sendo feita em diversas fases, sendo que a primeira delas foi a compra de US$ 7,8 milhões em Bitcoin feitas no primeiro trimestre de 2021 e incorporados à tesouraria da empresa.
"Como parte de nossa estratégia de tesouraria, neste trimestre compramos US$ 7,8 milhões ou R$ 40 milhões em Bitcoin, um ativo digital que incluímos em nossos ativos intangíveis de duração indefinida.", destacou o relatório do ML na época
Outra ação destacada pelos executivos ocorreu na Argentina quando o ML passou a permitir o uso de Bitcoin para compra de imóveis, além de uma parceria anunciada ainda em 2019 com a Bitpay para a compra de cartões de presente do Mercado Livre com o uso de criptomoedas.
"Nosso primeiro passo com criptomoedas foi a compra de BTC para integrar em nossa tesouraria. Agora estamos permitindo a compra, venda e custódia de Bitcoins dentro do Mercado Pago. Temos ainda muitos passos pela frente e, no futuro também pretendemos permitir que as criptomoedas sejam usadas como forma de pagamento no Mercado Livre, afirmou Oswaldo Gimenez, CEO do Mercado Pago.
Sobre a integração de compra, venda e custódia de criptomoedas dentro do Mercado Pago, a função deve ser disponibilizada ao público ainda em dezembro, segundo revelaram os executivos.
Como será o processo de compra de Bitcoin, Ethereum e USDP dentro do Mercado Pago
Como será o processo de venda de Bitcoin, Ethereum e USDP dentro do Mercado Pago
Investimento, educação e democratização
Tulio Oliveira, Vice-presidente do Mercado Pago Brasil, destacou ainda durante o evento que o ML é a primeira grande instituição de pagamentos a oferecer a compra e venda de Bitcoins diretamente na plataforma.
O executivo afirmou que toda a operação será feita pela empresa americana Paxos, que é também que fornece os serviços de criptomoedas para o PayPal e Facebook.
Para atender ao Mercado Pago, que é uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central, a Paxos abriu um escritório no Brasil que ficará responsável por atender às determinações da Receita Federal com a Instrução Normativa 1888 e portanto será ela que irá reportar as transações dos usuários ao regulador.
Oliveira afirmou que esta iniciativa do Mercado Livre tem o espírito de democratização da companhia e vai permitir que qualquer usuário do Mercado Pago possa comprar criptomoedas a partir de R$ 1 real. Além disso, segundo ele, haverá diversos conteúdos do ML para esclarecer os usuários sobre a operação e sobre o que são as criptomoedas.
Novas criptomoedas serão adicionadas
Já Gimenez afirmou que a empresa escolheu o Brasil para lançamento do produto pois o país é o maior mercado do Mercado Pago e que já há conversas na empresa para oferecer outras criptomoedas para os clientes.
"Nós vamos agregar novas criptomoedas. Já temos essa previsão mas ainda não podemos comentar quais serão. Como eu disse, esse é só o primeiro passo de uma série de ações do Mercado Livre e do Mercado Pago no universo das criptomoedas.
Um ponto destacado pelo executivo é que, neste primeiro momento, assim como ocorreu com o PayPal, as criptomoedas compradas no Mercado Pago não poderão ser enviadas para wallets externos, sejam exchanges, hardware ou cold wallets.
"Ainda não será possível, enviar suas criptomoedas compradas no Mercado Pago para uma wallet externa, mas isso já está em nosso roadmap e será implementado nos próximos passos", afirmou.
Regulamentar para crescer
Sobre regulamentação, Tulio Oliveira afirmou que antes de lançar o produto a empresa conversou com o Banco Central do Brasil e entende que a regulamentação do mercado de criptomoedas deve ajudar a impulsionar o setor.
Segundo Oliveira, assim como ocorreu com as instituições financeiras, uma regulamentação igualitária que permita a grandes, pequenas, médias, startups e fintechs concorrer em pé de igualdade, trará muitos benefícios ao mercado de criptoativos, assim como permitiu a democratização do sistema financeiro.
"Temos conversado bastante com os reguladores para lançar uma produto como este, já somos uma entidade regulada e obviamente conversamos com o regulador. Sabemos dos projetos para regular criptomoedas no Brasil e o BC já está mergulhando neste assunto.
O que nós acreditamos é que regulação tem que vir para trazer segurança para o usuário da mesma forma que a regulação trouxe muitas coisas boas para as instituições financeiras e permitiu o crescimento de muitas instituições. Acreditamos que para cripto isso também vai precisar existir principalmente para a entrada dos usuários e para atender todos os critérios para prevenir lavagem de dinheiro. Isso ajuda todo mundo a trabalhar melhor", finalizou.
LEIA MAIS