A edição deste ano do Big Brother Brasil (BBB 25), reality show veiculado pela Rede Globo, tem entre seus participantes Marcelo Prata, suspeito de integrar a pirâmide de criptomoedas Unick Forex, acusada de lesar cerca de 1,5 milhão de clientes em R$ 12 bilhões.

Apresentado como servidor público, o morador de Manaus (AM) ingressou na “casa mais vigiada do país” em companhia da esposa, a influencer Arlene Marques, e pode levar R$ 3 milhões em dinheiro, em caso de vitória, além de outros prêmios que chegam a outros R$ 3 milhões. Eles são participantes “pipoca”, considerados desconhecidos pela direção do programa. No entanto, para a polícia Federal (PF), Prata foi um braço da Uncick Forex no estado do Amazonas, como comissionado da empresa pela atração de novos investidores.

Sediada em São Leopoldo (RS), Unick Forex foi uma companhia brasileira, fundada em 2013, que se apresentava como "empresa que realiza operações no mercado financeiro e com criptomoedas". O que impulsionou a captação de investimentos, já que a plataforma prometia lucros mensais de 33%.

“Olha onde a empresa Unick Forex chegou, a seriedade, a transparência, a legalidade e a fiança nos trouxeram até aqui… valeu a pena ter acreditado nessa empresa. Graças a Deus estou aqui gente, comprei um Jeep”, disse Marcelo Prata em um vídeo publicado no YouTube durante um evento de promoção da Unick Forex no Comando-Geral do Corpo de Bombeiros do estado do Amazonas.

A Unick Forex faz parte de outros traumas relacionados a criptomoedas que atingiram o Rio Grande do Sul. Em 2021, a PF concluiu as investigações relacionadas à empresa, alvo da Operação Lamanai, realizada em outubro de 2019, e concluiu que a Unick Forex atuava como uma pirâmide financeira e que teria movimentado cerca de R$ 28 bilhões. 

A Operação Lamanai reasultou na prisão de nove diretores da empresa, entre eles seu fundador e presidente, Leidimar Lopes, que responde por organização criminosa e crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Na época, o delegado Aldronei Pacheco Rodrigues, da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da PF, apontou 13 pessoas como responsáveis pelas atividades da empresa, acusadas de ser uma organização criminosa.  

Um ano antes, em 2018, a Unick Forex teve suas atividades suspensas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por atuar de maneira irregular. Em meio ao escândalo, a Unick Forex mudou seu nome para Unick Academy, numa tentativa de continuar operando, mas teve atuação impossibilitada pela PF, com a deflagração da Operação Lamanai. 

Em nota publicada pelo Infomoney, a assessoria Marcelo Prata declarou que ele , “assim como milhares de pessoas foram vítimas de um golpe financeiro por ter investido de boa-fé na empresa Unik Forex, com sede no Rio Grande do Sul.” A Rede Globo, segundo o Infomoney, não respondeu até o fechamento da publicação. Esse espaço também se encontra à disposição dos citados, caso queiram se pronunciar.

Outro lesado com as pirâmides de criptomoedas no país foi o ex-jogador do Corinthians Jucilei, que teria perdido R$ 45 milhões nas operações do Sheik dos Bitcoins, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.