Enquanto o mercado em todo o mundo despencou por conta do avanço do coronavírus investidores buscaram um ativo de segurança para preservar o valor de seu dinheiro e proteger seus investimentos de uma crise global. O que seria o cenário perfeito para provar que o Bitcoin é um ativo não correlacionado e uma verdadeira reserva de valor contudo fortaleceu não o BTC mas o ouro que valorizou mais de 40% enquanto a criptomoeda apresenta uma queda de 5%.
No total, atrelado ao dólar, o valor do metal subiu 41,38% no Brasil, mais do que a própria moeda americana, que ficou 29,19% mais cara frente ao real. No mesmo período a Bolsa já desvalorizou 31,83%. No caso nacional, somente em abril o ouro já apresenta alta de 8,56%,
Para Luís Claudio Pereira, diretor da Ágora, o ouro é um ativo não correlacionado, mesmo argumento usado pelos adeptos de Bitcoin, "A redução da taxa de juros e a possível inflação para sustentar políticas fiscais fazem o ouro se tornar nova opção de investimento. Muitos desconhecem a forma de investir em ouro, acham que precisa comprar barras. Mas na verdade é um ativo como qualquer outro, também está sujeito à variação de mercado" disse.
Enquanto o Bitcoin luta para provar que pode ser o "ouro digital' e se tornar uma importante reserva de valor global, investimentos 'alternativos', muitas vezes não listados em bolsas e pouco conhecidos no mercado tradicional tem mostrando um bom desempenho em meio a crise do coronavírus como mostra Cristal Freitas, diretora de marketing da Bloxs Investimentos.
"Ter produtos de investimentos não correlacionados deve fazer parte da estratégia de todo investidor. Esse tipo de alocação é muito comum entre os fundos institucionais e os family offices através, por exemplo, de ativos florestais, minerais, imóveis para renda, fazendas, etc. Hoje esse tipo de oportunidade começa a se tornar acessível ao investidor comum, justamente pelo fechamento do GAP proposto pela evolução tecnológica e avanço na regulamentação", destaca.
Em meio à turbulência dos mercados tradicionais o Bitcoin tem se mostrado um ativo de risco e seu preço tem sido atrelado aos movimentos dos mercados de ações. Isso levou muitos analistas a afirmarem que o ativo digital não é um refúgio seguro em tempos de instabilidade.
Para o analista Leandro França de Mello, esta é uma questão que incomoda a muitos investidores de criptoativos, já que o Bitcoin segue mostrando relação aos mercados financeiros tradicionais: quando o Bitcoin cai, ou valoriza-se, parece estar intrinsecamente ligado aos movimentos do mercado.
"A correlação do Bitcoin com outros ativos financeiros é uma consideração importante ao analisá-lo como uma opção de investimento. Se o Bitcoin tiver baixa correlação com ativos financeiros tradicionais, como ações, ele pode ser usado como um diversificador de portfólio"
No entanto, para Mello no último ano o Bitcoin e o S&P 500 tiveram uma correlação próxima, mas não substancial, "Isso mostra que, em condições normais de mercado, o Bitcoin e o S&P 500 não estariam significativamente correlacionados, segundo a CoinMetrics"
Já para Peter Brandt se a situação mundial causada pelo coronavírus continuar a piorar, o Bitcoin pode se tornar um dos únicos ativos que irá sobreviver a um colapso econômico global. No entanto ele não explicou porque a situação mudaria e se tornaria favorável ao Bitcoin já que, até o momento, a criptomoeda tem enfrentado dificuldades para manter seu valor.
Para a baleia de Bitcoin Joe077 o Bitcoin só vai iniciar um movimento de alta após uma nova queda drástica que aumentará o coro dos pessimistas e eliminará do mercado os investidores mais 'fracos'.
"Uma vez que a narrativa 'Bitcoin está morto' começar a crescer, esta é a hora de comprar de verdade", disse.
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