Instaurada no último dia 13, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, a CPI das Criptomoedas, vota nesta terça-feira (27) diversos requerimentos de convocação que envolvem atores direta ou indiretamente ligados ao mercado de criptomoedas no Brasil. 
A maioria dos requerimentos, que somavam 50 convocações segundo o que apresentava o portal da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (27), relacionavam-se a “investigados”, como o sócio da GAS Consultoria Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins
Por outro lado, algumas solicitações de comparecimento foram pleiteadas a título consultivo ou de esclarecimentos, como a de advogados, empresários, jornalistas e influencers, entre eles Thiago Nigro, o Primo Rico
Em relação ao Faraó dos Bitcoins, preso desde agosto de 2021 no âmbito da Operação Kryptos, a solicitação de comparecimento de Glaidson aparece em mais de um requerimento, incluindo uma solicitação (REQ 29/2023) do presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (SD-RJ). 
Na mesma direção, o comparecimento do investigado foi protocolado, entre outros parlamentares, pelo deputado Luciano Vieira (PL-RJ) no Requerimento 19/2023 e pelo deputado Caio Vianna (PSD-RJ), no Requerimento 38/2023, que também solicitaram o comparecimento da mulher de Glaidson, a venezuelana Mirelis Zerpa, considerada foragida da Justiça.
Thiago Nigro é mencionado no Requerimento 37/2023, protocolado pelo deputado Yury do Paredão (PL-CE), que justificou o convite ao sócio da Rico Investimentos destacando a “vasta experiência [de Primo Rico] em investimentos, inclusive no segmento de criptomoedas como sócio da empresa, possui um conhecimento profundo sobre o mercado, o que o faz uma fonte valiosa de informações para as investigações em curso.”
Entre os requerimentos mais recentes protocolados na CPI das Criptomoedas constava uma solicição do deputado Caio Vianna (REQ 50/2023) de comparecimento do sócio-fundador da empresa X Capital Bank Gutheryo Cavalcante, alvo da “Operação Cripto X”, deflagrada em março em Santa Catarina por suposta fraude em criptomoedas e coleções de tokens não fungíveis (NFTs) que “atraiu investidores com a promessa de retornos garantidos no patamar de 10% a 40% mensais, em alguns casos até 250% ao ano.”
A lista de requerimentos “contemplava” outros sócios de empresas investigadas conhecidas da indústria de criptomoedas, como o casal Antônio Ais Neto e Fabrícia Ais, da Braiscompany, citados no Requerimento 4/2023, do deputado Júnior Mano (PL-CE), e Rodrigo dos Santos e Fabrício Cutis, cofundadores da empresa Atlas Quantum, cujo comparecimento foi solicitado no Requerimento 46/2023 do deputado Caio Vianna.
No campo consultivo, Caio Vianna também pleiteou (REQ 42/2023) o comparecimento dos advogados Artêmio Picanço Neto e Luciano Regis da Costa, especializados na representação de vítimas pirâmides de criptomoedas, e dos jornalistas Cláudio Rabin e Carlo Cauti (41/2023) para “compartilharem suas experiências e conhecimentos sobre os referidos casos fraudulentos.”
Apesar da expectativa de muitos investidores lesados, as estatísticas das CPIs não remam a favor em termos de resultados práticos, o que não quer dizer que a CPI das Criptomoedas “terminará em pizza”, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.