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Walter BarrosWalter Barros

Primo Rico e Faraó dos Bitcoins: deputados formulam 50 requerimentos na CPI das Criptomoedas

Ação parlamentar deverá ouvir dezenas de atores direta ou indiretamente ligados ao ecossistema de criptomoedas no Brasil, mas nem todos na condição de investigados.

Primo Rico e Faraó dos Bitcoins: deputados formulam 50 requerimentos na CPI das Criptomoedas
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Instaurada no último dia 13, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, a CPI das Criptomoedas, vota nesta terça-feira (27) diversos requerimentos de convocação que envolvem atores direta ou indiretamente ligados ao mercado de criptomoedas no Brasil. 
A maioria dos requerimentos, que somavam 50 convocações segundo o que apresentava o portal da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (27), relacionavam-se a “investigados”, como o sócio da GAS Consultoria Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins
Por outro lado, algumas solicitações de comparecimento foram pleiteadas a título consultivo ou de esclarecimentos, como a de advogados, empresários, jornalistas e influencers, entre eles Thiago Nigro, o Primo Rico
Em relação ao Faraó dos Bitcoins, preso desde agosto de 2021 no âmbito da Operação Kryptos, a solicitação de comparecimento de Glaidson aparece em mais de um requerimento, incluindo uma solicitação (REQ 29/2023) do presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (SD-RJ). 
Na mesma direção, o comparecimento do investigado foi protocolado, entre outros parlamentares, pelo deputado Luciano Vieira (PL-RJ) no Requerimento 19/2023 e pelo deputado Caio Vianna (PSD-RJ), no Requerimento 38/2023, que também solicitaram o comparecimento da mulher de Glaidson, a venezuelana Mirelis Zerpa, considerada foragida da Justiça.
Thiago Nigro é mencionado no Requerimento 37/2023, protocolado pelo deputado Yury do Paredão (PL-CE), que justificou o convite ao sócio da Rico Investimentos destacando a “vasta experiência [de Primo Rico] em investimentos, inclusive no segmento de criptomoedas como sócio da empresa, possui um conhecimento profundo sobre o mercado, o que o faz uma fonte valiosa de informações para as investigações em curso.”
Entre os requerimentos mais recentes protocolados na CPI das Criptomoedas constava uma solicição do deputado Caio Vianna (REQ 50/2023) de comparecimento do sócio-fundador da empresa X Capital Bank Gutheryo Cavalcante, alvo da “Operação Cripto X”, deflagrada em março em Santa Catarina por suposta fraude em criptomoedas e coleções de tokens não fungíveis (NFTs) que “atraiu investidores com a promessa de retornos garantidos no patamar de 10% a 40% mensais, em alguns casos até 250% ao ano.”
A lista de requerimentos “contemplava” outros sócios de empresas investigadas conhecidas da indústria de criptomoedas, como o casal Antônio Ais Neto e Fabrícia Ais, da Braiscompany, citados no Requerimento 4/2023, do deputado Júnior Mano (PL-CE), e Rodrigo dos Santos e Fabrício Cutis, cofundadores da empresa Atlas Quantum, cujo comparecimento foi solicitado no Requerimento 46/2023 do deputado Caio Vianna.
No campo consultivo, Caio Vianna também pleiteou (REQ 42/2023) o comparecimento dos advogados Artêmio Picanço Neto e Luciano Regis da Costa, especializados na representação de vítimas pirâmides de criptomoedas, e dos jornalistas Cláudio Rabin e Carlo Cauti (41/2023) para “compartilharem suas experiências e conhecimentos sobre os referidos casos fraudulentos.”
Apesar da expectativa de muitos investidores lesados, as estatísticas das CPIs não remam a favor em termos de resultados práticos, o que não quer dizer que a CPI das Criptomoedas “terminará em pizza”, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.