Um grupo de manifestantes se reuniu em frente à Inter TV, retransmissora da TV Globo no litoral norte do Rio de Janeiro, no fim da tarde de quinta-feira para protestar contra reportagem que revelou investigação em curso contra a GAS Consultoria Bitcoin por operar um esquema de pirâmide financeira através de investimentos em Bitcoin.
Três dias depois que a reportagem foi ao ar, o dono da empresa, Glaidson Acacio dos Santos, foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, capital do Rio de Janeiro. Durante a prisão, a Polícia Federal apreendeu R$ 13 milhões em dinheiro em espécie, e ainda o equivalente a cerca de R$ 150 milhões em Bitcoin - a maior apreensão de criptoativos da história do Brasil.
Em um vídeo gravado por um manifestante que se identifica como Heraldo, o próprio autor faz a defesa da GAS Consultoria, afirmando que a reportagem do Fantástico não corresponde aos fatos. Ele diz:
"Protesto total contra a Globo. A Globo distorce toda a reportagem, ela leva de um modo totalmente diferente, distorcido A GAS é honesta há 9 anos, sempre pagou direitinho. E vai continuar pagando aos nossos amigos e clientes. Nós somos uma família GAS.”
Vídeo gravado por manifestante em defesa de Glaidson Acácio dos Santos. Fonte: Youtube
Ao jornal Folha de São Paulo, um suposto investidor, que teria confiado R$ 100 mil à GAS, confirmou que o retorno prometido de 10% costumava ser pago em dia. "Todo mês o consultor deposita R$ 10 mil", afirmou sem revelar sua identidade.
Conforme relatado anteriormente pelo Cointelegraph, a empresa seria responsável pela operacionalização de um sistema de pirâmides financeiras, que oferece contratos de investimento, sem prévio registro junto aos órgãos regulatórios, vinculado à especulação no mercado de criptomoedas.
Glaidson Acácio dos Santos poderá responder por crime de gestão fraudulenta de instituição financeira clandestina, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Eventual condenação pode redundar em até 26 anos de prisão.
A prisão do dono da GAS Consultoria Bitcoin é uma consequência da Operação Kryptos, cujo objetivo é desarticular uma rede de criminosos que seriam responsáveis por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. Cabo Frio é um dos centros da investigação, que tem desdobramentos ainda nos estados de São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
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