Uma parceria entre a Polícia Federal, bancos públicos e privados e empresas do setor do varejo para criação de uma força tarefa para conter e debelar crimes cibernéticos que vinha sendo negociada sigilosamente deverá ser publicamente anunciada nesta quinta-feira, informa reportagem da revista Veja.

A divulgação da aliança entre o setor público e o privado será feita cinco dias depois que hackers invadiram e derrubaram os sites das gigantes brasileiras de comércio eletrônico Americanas, Submarino e Shoptime. Até a manhã de quarta-feira os site das Americanas esteve fora do ar, provocando uma queda de 11,65% das ações da empresa.

Na manhã desta quinta-feira, o site havia sido restabelecido de forma parcial, operando sob um aviso de que o funcionamento estava "voltando de forma gradual, disponibilizando produtos e funcionalidades progressivamente" para que os consumidores pudessem fazer "compras com segurança".

A autoria do ataque foi reivindicada pelo LAPSUS$ GROUP, o mesmo que assumiu a invasão e sequestro do banco de dados do Ministério da Saúde em dezembro do ano passado. 

Conforme noiticiou o Cointelegraph Brasil na ocasião, plataformas como o Painel Coronavírus, o e-SUS Notifica, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) e o Conecte SUS, que registra dados de vacinação dos cidadãos brasileiros, incluindo a imunização contra o COVID-19, foram atingidos.

Inclusive, a proposta de associação entre o órgãos estatais e a iniciativa privada teria partido da Polícia Federal após a perpetração dos ataques contra a base de dados do Ministério da Saúde e de 23 outras autarquias subordinadas ao Governo Federal.

A associação entre a PF, instituições do sistema bancário e empresas de e-commerce visa criar um sistema de defesa contra ataques cibernéticos para compartilhamento de informações confidenciais, mitigação de vulnerabilidades dos sistemas de segurança e antecipação a futuras ofensivas de hackers.

Entre os órgãos e empresas envolvidos na força tarefa além da Polícia Federal há o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o Santander, a Febraban (Federação Nacional dos Bancos), o Mercado Livre, além de outras instituições financeiras de concessão de crédito.

O primeiro ataque cibernético de grandes proporções a bases de dados públicas brasileiras teve como alvo o Superior Tribunal de Justiça em novembro de 2020. Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil na ocasião, os criminosos tiveram acesso ao gigantesco acervo de processos do STJ e forçaram o tribunal a suspender temporariamente a tramitação de todos os processos em andamento.

O autor do ataque teria sido identificado pela Polícia Federal durante as investigações, mas sua identidade jamais foi revelada e ele não chegou a ser punido.

LEIA MAIS